Leilão das rodovias BR-262, BR-267 e MS-040 fica para 2025; entenda 151w30

Projeto de concessão de 870,4 km da Rota da Celulose não teve interessados e deve ser remodelado para ficar mais atraente aos investidores 3e46y

O governo de Mato Grosso do Sul adiou o leilão da Rota da Celulose – BR-262, BR-267, MS-040, MS-338 e MS-395, que seria realizado nesta sexta-feira (6). A secretária especial do EPE (Escritório de Parcerias Estratégicas), Eliane Detoni, afirmou que a expectativa é que a licitação do sistema rodoviário volte ao mercado no primeiro trimestre de 2025. (veja abaixo vídeos com trechos da entrevista)

Eliane Detoni fala sobre possíveis mudanças e prazo para leilão da Rota da Celulose

Ao todo, 870,4 quilômetros de rodovias da região leste de Mato Grosso do Sul serão entregues à iniciativa privada:

  • BR-262 entre Campo Grande e Três Lagoas;
  • BR-267 entre Nova Alvorada do Sul e Bataguassu;
  • MS-040 entre Campo Grande e Santa Rita do Pardo;
  • MS-338 entre Santa Rita do Pardo e entroncamento da MS-395;
  • MS-395 entre o entroncamento da MS-338 e Bataguassu.
Eliane Detoni fala sobre duplicação e outros investimentos na Rota da Celulose

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O contrato de concessão da Rota da Celulose será de 30 anos, mas o leilão que seria realizado nesta sexta-feira (6) foi adiado porque não houve interessados.

Eliane Detoni fala sobre motivos do adiamento do leilão da Rota da Celulose

“Movimento natural do próprio mercado. Hoje, por exemplo, foi lançado pro mercado quase 5 mil quilômetros em rodovias para serem concessionadas, aí estamos falando de investimentos vultuosos, na ordem de R$ 130 bilhões. O mercado está muito preparado para assumir esse volume de rodovias, mas olhando isso com muita cautela, porque a gente está em um cenário que não contribui muito para esse momento. Do ponto de vista de olharmos o apetite dos investidores, a gente tem taxas de juros bastante elevadas, isso faz com que o mercado também reavalie e tenha bastante cuidado ao participar desses projetos. Mas é um projeto que demonstrou, durante a sua fase de construção, bastante interesse do mercado. É um projeto bastante robusto, tem atratividade, mas é um projeto que, obviamente, procura atender os interesses dos usuários e da sociedade sul-mato-grossense, todo mundo que transita na rodovia.”

Eliane Detoni, secretária especial de Parcerias Estratégicas de MS

O governo de Mato Grosso do Sul agora pretende dialogar com o mercado para identificar o que pode ser feito no projeto de concessão da Rota da Celulose, para deixá-lo mais atraente aos investidores. Alterações nos termos de concessão não estão descartadas.

“Elas podem acontecer, tem várias formas de fazermos isso. É prematuro ainda dizer o que é que vai ser alterado, o que a gente vai buscar é tentar manter o que a gente pactuou no projeto em termos de investimentos, esses investimentos realmente vão ao encontro de uma necessidade de melhoria nessas rodovias e de expectativa da sociedade sul-mato-grossense. Então na medida do possível a gente vai tentar manter esses investimentos, mas é muito prematuro ainda dizer o que é que pode ser alterado. “A partir do momento que nós consigamos ajustar o projeto, a gente vai fazer uma avaliação para entender também quais são as outras ofertas que estarão sendo colocadas ao mercado, mas isso não vai demorar muito tempo. Acredito que primeiro trimestre de 2025 a gente já tenha colocado esse projeto também à disposição do mercado.”

Eliane Detoni, secretária especial de Parcerias Estratégicas de MS
Eliane Detoni fala sobre MS-040 na Rota da Celulose

E as rodovias delegadas pela União? 4k1i1

Para a concessão, a União delegou ao governo de Mato Grosso do Sul, em setembro, a istração e exploração dos trechos da BR-262 entre Campo Grande e Três Lagoas e da BR-267 entre Nova Alvorada do Sul e Bataguassu.

Mas enquanto o leilão da Rota da Celulose não é realizado, a responsabilidade da manutenção desses dois trechos ainda é do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). O superintendente regional Euro Nunes Varanis Junior destacou que o DNIT só vai entregar a BR-262 e a BR-267 após ter o leilão e a vencedora e essa vencedora apresentar em quanto tempo ela assume as rodovias.

“O DNIT só deixa de atuar após a concessionária vencedora levar o leilão. Mas a gente não faz mais investimento pesado nos trechos, só tapa buraco e roçada”, declarou o superintendente regional do DNIT em MS.

BR-262 integra projeto de concessão da Rota da Celulose em MS (Foto: Marcus Vinnicius)
BR-262 integra projeto de concessão da Rota da Celulose (Foto: Marcus Vinnicius)

Preocupação do setor florestal 514864

O setor florestal acredita que a concessão das rodovias é um bom caminho para sanar problemas de infraestrutura. Porém, o presidente da Reflore/MS (Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas), Junior Ramires, se diz preocupado com a prorrogação do leilão.

“O problema é cada vez mais urgente. O problema já existe e obviamente a gente sabe que a maturação desses projetos não vão ser aptas para você fazer uma edificação, uma construção, etc. E a necessidade já está aí, é latente. Isso vai talvez atrasar, atrapalhar certos projetos que poderiam ser acelerados com a infraestrutura que esses projetos trazem. Então eu vejo com um pouco de preocupação o adiamento, mas talvez tenha uns motivos que possam estar levando a isso. Qualquer adiamento, seja ele o motivo que for, vai atrapalhar o crescimento da infraestrutura do estado.”

Junior Ramires, presidente da Reflore/MS
Rota da Celulose em MS – BR-262, BR-267, MS-040, MS-338 e MS-395 (Arte: Ministério dos Transportes)
Rota da Celulose em MS – BR-262, BR-267, MS-040, MS-338 e MS-395 (Arte: Ministério dos Transportes)

Os estudos de viabilidade contratados pelo EPE (Escritório de Parcerias Estratégicas) do governo do estado apontam que serão implantados, na Rota da Celulose, 115 km de duplicações, 457 km de acostamentos, 251 km de terceiras faixas, 12 km de via marginal e 82 dispositivos em nível.

A concessão também inclui a prestação de serviços aos usuários por meio de 49 veículos operacionais, entre eles ambulâncias, socorro mecânico, guinchos, combate a incêndios, desobstrução de pistas e inspeção para controle do tráfego, apreensão de animais silvestres e Postos de Atendimento ao Usuário.

Duplicação da BR-262 4e2t2u

Conforme os estudos técnicos do projeto, a BR-262 terá pista dupla em sua totalidade entre Campo Grande (intersecção com a BR-163) e Ribas do Rio Pardo (o à Suzano Celulose).

Mapa mostra trecho da BR-262 que será duplicado entre Campo Grande e Ribas do Rio Pardo (Foto: EPE)
Mapa mostra trecho da BR-262 que será duplicado entre Campo Grande e Ribas do Rio Pardo (Foto: EPE)

Dos 101,73 quilômetros, a maior parte terá duplicação com canteiro central. Só os 22 quilômetros dentro da capital sul-mato-grossense (antes do cruzamento com a linha férrea) terão duplicação com barreiras de concreto New Jersey.

Ribas do Rio Pardo terá 12,165 quilômetros de contorno rodoviário duplicado, para desviar o trânsito de veículos pesados de dentro da área urbana.

Mapa mostra futuro contorno rodoviário de Ribas do Rio Pardo na BR-262 (Foto: EPE)
Mapa mostra futuro contorno rodoviário de Ribas do Rio Pardo na BR-262 (Foto: EPE)

Os outros 69% da BR-262 – 226,47 quilômetros entre Ribas do Rio Pardo e Três Lagoas – receberão 57,57 km de terceira faixa e 21,98 km de acostamentos.

Duplicação da BR-267 2s2r1d

Com total de 248,1 quilômetros, o trecho da BR-267 entre a divisa SP-MS e Nova Alvorada do Sul terá apenas 13,5 km de duplicação, em Bataguassu.

Há previsão de implantação de 73,58 km de terceira faixa no restante da rodovia que continuará com pista simples.

MS-040, km 37 (Foto: Edemir Rodrigues/EPE)
MS-040, km 37 (Foto: Edemir Rodrigues/EPE)

MS-040, MS-338 e MS-395 541l3c

As outras três rodovias que integram a Rota da Celulose – ligação diagonal de 294,1 quilômetros entre Campo Grande e Bataguassu ando por Santa Rita do Pardo – não terão duplicação.

Porém, receberão outros investimentos:

Acostamentos 641dx

  • 327 km na MS-040;
  • 103,62 km na MS-338;
  • 2,68 km na MS-395.

Terceira faixa 353k31

  • 103,78 km na MS-040;
  • 14,13 km na MS-338;
  • 800 m na MS-395.

Edificações e dispositivos 1d3i32

  • 4 postos do Serviço de Atendimento ao Usuário;
  • 2 postos da Polícia Militar Rodoviária;
  • 1 Posto de Parada e Descanso.
  • Viaduto no entroncamento com a BR-163, em Campo Grande.

Pedágio 461t4e

Para a concessão da Rota da Celulose, deverão ser instalados 14 pórticos de pedágio eletrônico (sistema free flow) em vez de praças físicas de pedágio.

Mapa mostra pontos dos pórticos de pedágio na Rota da Celulose - BR-262, BR-267, MS-040 e MS-338 (Foto: EPE)
Mapa mostra pontos dos pórticos de pedágio na Rota da Celulose – BR-262, BR-267, MS-040 e MS-338 (Foto: EPE)

A cobrança na BR-262, na BR-267, na MS-040 e na MS-338 está prevista para começar em 2026, com tarifas que variam de R$ 4,70 a R$ 15,20 no primeiro ano para automóveis (há multiplicador de tarifa conforme classe do veículo). Veja a tabela básica abaixo:

Tabela da tarifa de pedágio na Rota da Celulose - BR-262, BR-267, MS-040 e MS-338 (Foto: EPE)
Tabela da tarifa de pedágio na Rota da Celulose – BR-262, BR-267, MS-040 e MS-338 (Foto: EPE)

No sistema de pedágio eletrônico, a tarifa poderá ser paga de duas formas:

  • Leitura de etiqueta eletrônica (Tag): o usuário-consumidor poderá adquirir a etiqueta eletrônica para pagamento da tarifa de pedágio com possibilidade de desconto gradual de acordo com a frequência do uso;
  • Leitura da placa do veículo: após ar pelo pórtico, o usuário-consumidor deverá procurar a concessionária, em até 15 dias, pelos canais de atendimento, para efetuar o pagamento da tarifa de pedágio de modo a não configurar evasão de pedágio.

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