Mais de 240 acidentes são registrados em Várzea Grande em três meses 5s616r
A Avenida da FEB já contabiliza, sozinha, mais de 30 acidentes no primeiro trimestre de 2023 5a17m
Um total de 242 acidentes de trânsito foram registrados em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, nos 3 primeiros meses deste ano. Os dados são do levantamento da Coordenadoria de Trânsito da Guarda Municipal e mostram um aumento de 41 casos na cidade em relação ao mesmo período do ano ado.

Aumento dos acidentes 6yv4h
Na tentativa de frear os números de ocorrências, no início deste mês foram instalados nove radares fixos e duas barreiras eletrônicas pela Prefeitura de Várzea Grande nas principais avenidas da cidade, dentre elas, a Avenida da FEB que, sozinha, já contabiliza mais de 30 acidentes no primeiro trimestre de 2023.
A instalação das novos equipamentos de fiscalização fez parte de um estudo sobre o trânsito várzea-grandense, que iniciou em 2017 e terminou no ano ado, como explica Enodes Soares Ferreira, arquiteto e urbanista que esteve à frente das ações.
Em 2022, foram 115 acidentes somente na Avenida Filinto Muller, sendo 55 com vítimas e 60 apenas com danos materiais. Este ano, de janeiro até 15 de março, 11 acidentes de trânsito foram registrados na avenida.
Em segundo lugar nos registros de 2022 vem a Avenida da FEB, com 86 acidentes, sendo 34 com vítimas.
Ainda de acordo com Enodes, durante o estudo foi possível perceber que a principal causa dos acidentes em Várzea Grande era o excesso de velocidade em avenidas como Júlio Muller, Senador Filinto Müller, Couto Magalhães, 31 de Março, Leôncio Lopes de Miranda e Dom Orlando Chaves, além da rodovia Mario Andreaza.
O arquiteto explica que, além do excesso de velocidade, o crescimento no número de veículos em circulação na cidade após o período de pandemia de covid-19 também contribuiu para os aumento das ocorrências de trânsito.
Com isso, o endurecimento das fiscalizações em diferentes pontos da cidade, segundo Enodes, é o principal meio de diminuir os acidentes na cidade.

Falta de educação no trânsito 3i17p
Do início do ano até março, 15 acidentes de trânsito fatais foram registrados em Cuiabá, como aponta Adriana Carnevale, diretora da Conformidade Legal e Educação para o Trânsito do Detran (Departamento Estadual de Trânsito) da Capital.
Avenida Fernando Corrêa, Miguel Sutil, Historiador Rubens de Mendonça (A) e Avenida das Torres lideram os registros de acidentes.
Outro ponto descrito pela diretora é o fato de que os motociclistas lideram as ocorrências e, na maioria dos casos, não estavam utilizando os equipamentos de segurança corretamente no momento do acidente. Não fechar corretamente o capacete e pilotar a motocicleta sem uso de um sapato fechado são os principais casos, além da alta velocidade.

Para o comandante do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar, Adão César, a motivação das ocorrências tanto em Cuiabá quanto em Várzea Grande, além do excesso de velocidade, também tem a ver com desrespeito às regras de trânsito, embriaguez ao volante, uso de celular e a condução de veículos por motoristas que não possuem CNH (Carteira Nacional de Habilitação).
“Alguns fatores são primordiais para causar acidentes. O primeiro de tudo está relacionado ao desrespeito às regras de trânsito. O condutor sabe que ele não pode fazer determinada manobra, ar por cima do canteiro, exceder o limite de velocidade, falar ao aparelho celular ou ultraar em local proibido, mas mesmo assim ele faz”, explica o comandante.

Segundo Adão, mais de 3 mil motoristas foram notificados pelo Batalhão de Trânsito no ano ado por estarem dirigindo ou pilotando sem CNH. Além disso, mais de 10 mil pessoas foram flagradas dirigindo após terem ingerido bebidas alcoólicas, tanto em Cuiabá quanto na região metropolitana.
De acordo com o comandante, a média de pessoas flagradas durante as blitz da Operação lei Seca é de 10 a 12 pessoas sem Carteira de Habilitação, ou seja, cerca de 10 a 15% dos abordados.
Quanto aos motoristas dirigindo sob efeito de álcool, o comandante aponta uma média 20% dos casos de cidadãos abordados, cerca de 20 a 24 pessoas em cada vez que a blitz é realizada.
“Tem a parte da engenharia, sinalização, fiscalização, mas o que está faltando muito é a educação por parte do condutor. As pessoas dizem que a questão do trânsito é uma fábrica de multas, mas podemos dizer que uma fábrica precisa de uma matéria-prima e a matéria- prima das multas são os maus condutores”, finalizada Adão.
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De acordo com o levantamento divulgado pela Guarda Municipal de Várzea Grande, foram 77 acidentes de trânsito sem vítimas em janeiro deste ano, outros 83 em fevereiro e 82 em março. No ano ado, foram 65 acidentes em janeiro, 67 em fevereiro e 69 em março.
A Guarda reforça que os acidentes com vítimas são registrados pela Deletran (Delegacia de Delitos de Trânsito) e os casos em que os motoristas entram em acordo após uma batida, dispensando atendimento policial, não são registrados em boletim de ocorrência. Além disso, nos casos em que o motorista abandona o veículo no local após a colisão, também não é feito registro.