Successione coloca Neno Razuk na cadeira de chefe do jogo do bicho 53p38

Para o Gaeco, o deputado do PL é o cabeça de esquema criminoso que tenta tomar o controle do jogo de azar em Campo Grande 374a43

Classificada como “de comportamento ousado” pelos investigadores, para manter o posto de chefia do deputado estadual Neno Razuk (PL) no esquema do jogo do bicho em Campo Grande, a família Razuk adentrou seguimentos da segurança pública. Também trouxe do interior, pessoas de sua confiança para atuar em Campo Grande, depois do vácuo no controle do jogo de azar, deixado pela operação Omertà, que levou para a cadeia o clã Name, há décadas apontado como chefes da loteria ilegal.

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Maquininhas usadas no jogo do bicho (Foto Reprodução de peça processual)

O entendimento está nas conclusões de apuração do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), derivada da operação “Sucessione”, deflagrada no começo de dezembro, e que já teve duas fases.

“A investigação revelou que a organização criminosa liderada por ROBERTO RAZUK FILHO (“NENO RAZUK”) tem praticado crimes de toda ordem, em especial roubos a mão armada e exploração do jogo do bicho, perturbando intensamente a paz social dos munícipes de Campo Grande/MS e de
outras cidades do Estado”

Gaeco em peça processual

Para o Gaeco, o deputado estadual chefia um esquema com moldes já conhecidos, que “costuma envolver pagamentos de propina” e uso de policiais, inclusive para a prática remunerada de roubo.


O comportamento ousado remonta à histórica articulação política da família RAZUK no Estado, capaz de penetrar em relevantes seguimentos da segurança pública, o que costuma envolver pagamentos de propina, tanto que a organização criminosa, chefiada pelo Deputado Estadual ROBERTO RAZUK
FILHO (“NENO RAZUK”), é ladeada por policiais e deles se utiliza, de forma remunerada, para a prática dos próprios roubos.

Gaeco em peça processual

Roubos seguidos 6r5g6p

O fio da meada foi exatamente a investigação de três assaltos feitos na Capital num curto espaço de tempo: menos de duas horas. Em carros diferentes, entre eles um Polo branco e um HB20 cinza, os integrantes do esquema roubaram total superior a R$ 12 mil, dinheiro esse que viabilizaria o jogo do bicho por parte de outros grupos.

Os assaltos, conforme a investigação do Gaeco, foram cometidos mediante violência e uso de arma de fogo. Um dos envolvidos, o major reformado Gilberto Luiz dos Santos, “O Barba” ou “Coronel”, estava nomeado no gabinete de Neno e só foi exonerado depois de a operação vir à tona. Ele atuou como policial na região de Dourados, berço da família Razuk.

No dia 16 de outubro de 2023, o Garras (Delegacia Especializada em Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros) conseguiu identificar o carro utilizado em um dos assaltos e ao segui-lo, percebeu que o destino era uma casa equipada com sistema sofisticado de segurança, imóvel este que, logo adiante, descobririam ser o “verdadeiro ponto de concentração da organização criminosa voltado à exploração do jogo do bicho”.

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Mesa de pôquer (Foto Reprodução)

As maquininhas, semelhantes às usadas para transações com cartão de débito e crédito, além de mesa de pôquer e bilhar, estavam na parte interna da casa. Nove pessoas estavam no local no momento, sendo dois policiais militares.

Logo depois, no dia 5 de dezembro, o Gaeco deflagrou a Operação Successione, que resultou na emissão de 10 mandados de prisão. Sete foram cumpridos e outros três alvos estão foragidos.

Neno foi apenas alvo de busca e apreensão. Houve pedido para que ele também fosse preso, porém a reposta da Justiça foi negativa. O mesmo juiz que autorizou as ações da operação, inclusive envolvendo busca a endereço ligado ao deputado, rejeitou o pedido de prisão alegando que, por ser deputado, Neno tem direito a “imunidade formal”.

Em palavras leigas, ele aplicou o foro por prerrogativa de função, segundo o qual o parlamentar só pode ser preso se for em flagrante.

No pedido, o Gaeco fez extensa exposição sobre a jurisprudência a cerca do tema, segundo a qual o foro só vale para irregularidades cometidas no âmbito da função pública. Não é aplicado quando se trata de crime comum.

Esse entendimento já valeu para o deputado estadual Jamilson Name (PSDB), alvo de ações da Omertà, por envolvimento com o controle do jogo do bicho, e também para o presidente do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado), Jerson Domingos, também réu na Omertà.

No caso de Neno, a interpretação não valeu quando foi analisado o pedido de prisão, embora o juiz tenha reconhecido a existência de indícios fortes contra ele.

“Não obstante a presença de fortes indícios de que o investigado Roberto Razuk Filho seja, de fato, líder da organização criminosa, e, embora o próprio crime de organização criminosa (autônomo), bem como os crimes cometidos pela organização criminosa (roubos praticados com o uso de arma de fogo), sejam inafiançáveis, o pedido da decretação da sua prisão temporária é juridicamente inviável diante da imunidade formal que socorre o investigado parlamentar, razão pela qual não resta alternativa senão o indeferimento do pedido em relação a ele”

Decisão do juiz Roberto Candelaro

No último dia 22, a segunda fase da Successione foi deflagrada, para cumprir 12 pedidos de prisão. Além de todas pessoas já citadas, mais duas foram incluídas.

O que dizem as defesas 4di1n

Procurada pelo Primeira Página, a defesa do deputado e dos quatro homens que continuam presos alega que as investigações do Gaeco não levaram em consideração provas importantes e nega o envolvimento dos clientes nos crimes.

“O deputado não tem nenhuma imputação”, afirmou o advogado João Arnar Ribeiro, que representa o parlamentar do PL.

“A defesa acredita piamente que nem denunciado ele será. E se for, será absolvido”, afirmou.

João Arnar Ribeiro

O defensor observou não poder dar detalhamento sobre o caso por estar em sigilo. Disse, ainda, que não há ainda um processo, e sim uma investigação por parte do Gaeco.

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