Policiais militares são filmados agredindo jornalista em Nova Andradina 6s386e

O secretário de Justiça de Segurança Pública de Mato Grosso do Sul, Antônio Carlos Videira, confirmou que cena filmada em Nova Andradina, mostra quatro policiais militares agredindo um jornalista.

O episódio, segundo informado, já está na Corregedoria da Polícia Militar. O que se sabe até o momento é que dois não estavam fardados porque um está em licença médica e o outro em dia de folga. Quanto aos outros dois, não há clareza sobre se estavam ou não de serviço.

Sandro de Almeida, 46 anos, é diretor do Jornal da Nova e relata agressão sofrida na manhã desta sexta-feira (2) ao chegar em casa, em Nova Andradina, cidade 280 quilômetros distante de Campo Grande.

O comunicador alega ter sido foi agredido por policiais militares em carro descaracterizado e à paisana. A perseguição, conta, seria devido a reportagens publicadas por ele.

“Fui perseguido no meio da rua. Estava perseguido na rua. Corri para frente de casa, já pensando nas câmeras”, conta. “O carro estava muito escuro, sai correndo. Achei que era bandido. Hora que ia entrar em casa, fui abordado na porta” completa.

O jornalista diz que os homens alegaram ter denúncia na tentativa de intimidá-lo, no entanto não apresentaram mandado ou ordem de prisão.

“Fui enforcado, socos no estômago e começaram a falar palavras de baixo calão. Nas imagens dá para ver que eles querem entrar no meu carro”, relata citando o vídeo feito por câmeras de segurança de sua casa. Após insistência, sandro achou por bem deixar que a revista ocorresse.

“Me senti fragilizado, psicológico abalado. Se fazem isso com que conhecem, na luz do dia, imagina o que podem fazer na calada da noite. Não sei mais o que eu faço, não sei o que fazer da minha vida. Eu trabalho com o jornalismo, não sei se vou para rua”.

Boletim de ocorrência foi registrado e exame de corpo de delito feito. À reportagem, a Polícia Militar disse não poder retornar no momento. Já o Sindicato dos Jornalistas de Campo Grande em parceria com o de Dourados, emitiu nota.

Confira a íntegra 1y4135

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Mato Grosso do Sul (Sindjor-MS) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais da Grande Dourados (Sinjorgran) vêm a público manifestar a mais veemente indignação e repúdio aos atos de violência física e perseguição sofridos pelo jornalista Sandro de Almeida Araújo na cidade de Nova Andradina, nesta sexta-feira (2), bem como prestar solidariedade a ele.

É inissível e alarmante que um profissional da imprensa seja alvo de agressões e tortura enquanto exerce seu trabalho de informar a sociedade. O ataque a um jornalista representa um ataque direto à liberdade de imprensa, um dos pilares fundamentais da democracia.

Repudiamos tais ações covardes e nos juntamos ao Sinjorgran para cobrar investigação rigorosa por parte das autoridades competentes, e que os responsáveis sejam identificados, levados à justiça e devidamente punidos. Não podemos permitir que jornalistas se tornem vítimas de violência e tais intimidações.

Neste sentido, solicitamos também que a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) tome as devidas providências para apurar o ocorrido, garantindo a segurança do jornalista Sandro de Almeida Araújo e de todos os profissionais da imprensa que atuam em Mato Grosso do Sul.

É fundamental que o Estado assegure um ambiente seguro e propício para o livre exercício da imprensa, garantindo a proteção dos jornalistas e o respeito à liberdade de expressão. O Sindjor-MS reafirma seu compromisso de lutar incansavelmente pela defesa dos direitos dos jornalistas e pela preservação da liberdade de imprensa em nosso estado.

Expressamos nossa solidariedade ao jornalista Sandro de Almeida Araújo e nos colocamos à disposição para prestar todo o apoio necessário nesse momento difícil.

Diretoria do Sindjor-MS
Diretoria do Sinjorgran