"Se formou em Letras", diz diretora de hospital onde falso médico atuava em MS 2wo58
Apesar de Davi Souza Teixeira, de 23 anos, ter forjado diploma e não ter registro do CRM, diretora alega que ele não trouxe nenhum dano à população de Costa Rica 3i2171
A diretora da Fundação Hospitalar de Costa Rica, município a 375 km de Campo Grande, onde Davi Souza Teixeira, de 23 anos, foi autuado na noite de segunda-feira (23) por exercer ilegalmente a profissão, alegou que o rapaz se formou em Letras. Além disso, alegou que ele “não trouxe nenhum dano à população”, apesar de ter forjado e-mail e diploma.

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“Fez 2 anos de Medicina, tentou entrar em uma universidade federal para ser transferido para Alagoas, mas caiu num golpe. Pagou R$ 20 mil, segundo ele. Foi, mas o nome não estava na lista. Se formou em Letras, trabalhava em um call center, em São Paulo. Família achava que ele estava formado. Em Caldas Novas foi a formatura. Foi feita a festa lá”, afirmou ao Primeira Página a diretora da Fundação Hospitalar de Costa Rica.
“Foi ajudar” 6a485
A diretora também explicou que, no hospital, Davi realizou duas vagas, ou seja, o transporte de pacientes de um lado para outro, e fez um apoio de 6 horas. “Ele tinha ido fazer um e. Foi ajudar. E-mail forjado, diploma forjado, não tinha CRM. Não trouxe nenhum dano à população. Ele não estava contratado”, completa a diretora, que também confirmou à reportagem que Davi usou o registro do CRM (Conselho Regional de Medicina) do Estado de São Paulo, pertencente a uma médica.
“Ele acabou fazendo vaga em plantão de emergência por ser do município e ter CRM em mãos, mas quando fomos avaliar as informações, percebemos. O CRM era do Estado de São Paulo. Uma médica. Prefeito, secretário de saúde, eu, diretora da Fundação, entre outros, participaram de reunião com ele ontem. Na hora, não quis contar. Foi levado à delegacia”, confirmou a diretora.

Enganou a família 3n3x63
Segundo apurado pela reportagem, o jovem, que faz tratamento contra câncer, enganou a própria família, que chegou a realizar festa de formatura para comemorar o fim do curso, o que não aconteceu.
De acordo com o delegado Caique Ducatti, que registrou o caso, o rapaz chegou a cursar Medicina por cerca de três a quatro períodos, mas não concluiu os estudos. “Ele não tinha CRM, se apresentou como médico, falou que tinha interesse e, como município de interior tem muita necessidade, conseguiu. Ele apresentou documentação, mas descobriram”, contou.
Segundo a autoridade policial, o diploma apresentado pelo “médico”, era visivelmente falsificado. “Deu para perceber que era cópia, ele pegou um documento na internet, falsidade grotesca, não tinha marca d’água, só de ver já percebia que era falso”, explicou.

Foi justamente o documento que chamou atenção das equipes da Fundação Hospitalar. À reportagem, o prefeito da cidade, Cleverson Alves dos Santos, afirmou que o executivo municipal acompanha o caso.
“Ele é ‘filho da cidade’, a família falou que ele tinha se formado em medicina, prestigiamos, convidamos para trabalhar, mas, quando fomos checar o CRM dava o nome de uma mulher. Ontem ele estava escalado para trabalhar, aguardamos e conversamos com ele”, disse.
Nas redes sociais, Davi se apresenta como médico e mestrando em Saúde Pública. Em contato com ele, a reportagem foi informada que “houve um mal-entendido” e que tudo será esclarecido por seu advogado.
Com o jovem foram apreendidos um carimbo, uma camisa e um estetoscópio. Como o crime de exercício ilegal da profissão ou atividade é considerado de menor potencial, o suspeito foi ouvido e liberado da delegacia.