Para focar em defesa, Iran Coelho renuncia a presidência do TCE-MS q4r3f
Iran abriu mão nessa segunda-feira (12) da posição que conquistou em 2020, quando foi reeleito presidente por unanimidade 4h165d
Afastado do cargo desde 8 de dezembro, quando foi alvo da Operação Terceirização de Ouro, o conselheiro Iran Coelho das Neves renunciou a presidência do TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul). Segundo o advogado André Borges, a intenção é concentrar na defesa e provar que ele não tem envolvimento com o esquema de corrupção revelado na ação.

Iran renunciou nessa segunda-feira (12) da posição que conquistou em 2020, quando foi reeleito presidente por unanimidade. No TCE-MS, são dois anos de mandado, por isso, os conselheiros já se preparavam para escolher um novo “líder”.
Na carta entregue ao presidente em exercício, Jerson Domingos, Iran não apenas renuncia ao cargo, como também garantiu que não vai participar do pleito eleitoral neste ano. Ao Primeira Página, o advogado André Borges explicou que decisão foi pensada para que o conselheiro consiga se concentrar em sua defesa, além de mostra respeito “respeito ao Judiciário e desapego ao poder”.
“A ideia é se concentrar na defesa, considerando ausência de conduta irregular, muito menos criminosa”, reforçou o advogado criminalista.
Na chapa eleita em 2020, Iran foi escolhido presidente, Jerson Domingos vice e Ronaldo Chadid, que também é investigado na Terceirização de Ouro, ao cargo de corregedor-geral do TCE-MS; assim como o colega, ele foi afastado do Tribunal pela justiça.
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A operação 575w6p
A ação que tirou Iran, Ronald e outras três pessoas do Tribunal, começou com investigações de duas grandes operações: a Lama Asfáltica e a Mineração de Ouro. Desta vez, a Polícia Federal descobriu contratação de empresa por meio de licitações fraudulentas.
“Os investigados utilizavam-se de diversos artifícios para frustrar o caráter competitivo da licitação como rapidez incomum na tramitação do procedimento, exigência de qualificação técnica desnecessária ao cumprimento do objeto, contratação conjunta de serviços completamente distintos em um mesmo certame e apresentação de atestado de capacidade técnica falsificado”, detalhou a investigação.
Em outras palavras, as empresas “escolhidas” ganham as licitações sem seguir as especificações necessárias, com documentos falsos e em tempo recorde. Um dos principais contratos investigados foi fechado por mais de R$ 100 milhões e diversos saques de alto valor. Na ação de quinta-feira (8), muito dinheiro foi encontrado com os investigados.
Três conselheiros foram afastados por envolvimento no esquema, Iran, Ronaldo e Waldir Neves Barbosa. Outros três servidores também são alvos da operação, Thais Xavier Ferreira da Costa, Douglas Avedikian e o ex-servidor Parajara Moraes Alves Júnior. Todos serão monitorados por tornozeleira eletrônica.