Para diminuir tumulto na Duque de Caxias, polícia “cerca” canteiro central 6k3v

Depois de 19 dias de atos na Avenida Duque de Caxias, que contestam o resultado das eleições para presidente, a Polícia Militar de Mato Grosso do Sul começou a agir para “isolar” o canteiro central nesta sexta-feira (18), na tentativa de impedir que os manifestantes estacionem na pista e atrapalharem o trânsito em uma das principais vias de Campo Grande. Apesar disso, parte do grupo continua com carros e caminhões parados em local proibido.

Quem ou pela avenida nas primeiras horas do dia encontrou equipes de vários órgãos públicos no meio do canteiro central. Até então, o que predominava na região eram os veículos dos manifestantes, tendas, barracas, banheiros químicos e muitas churrasqueiras espalhadas pelo gramado.

Toda essa estrutura contínua lá, mas desde cedo nesta sexta-feira disputa espaço com viaturas policiais, cavaletes da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) e cones da GCM (Guarda Civil Metropolitana). O Detran (Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul) também acompanha a ação ao lado da Polícia Militar.

Ao Primeira Página, os policiais explicaram que estão na Duque de Caxias para garantir o fluxo do trânsito. Antes das 6 horas, as equipes chegaram a região e avisaram que os manifestantes precisavam tirar os carros da pista. Conforme a terceira faixa da avenida era liberado pelo grupo, cavaletes e fitas de isolamento foram colocadas para “cercar” o canteiro central e impedir que a situação volte acontecer. A estratégia é uma maneira de “ganhar território”, explicaram os militares.

Avenida ocupada 3v1w9

O cenário, no entanto, era um pouco diferente. Da rotatória que liga a Duque com a avenida Afonso Pena, até a metade do acampamento montado por eleitores que dizem não aceitar o resultado das eleições presidenciais no país, as tendas e barracas estão vazias, e as equipes policiais ocupam o gramado, que já está cercado.

Do meio até o final, carros de eio, caminhonetes e caminhões continuam estacionados na terceira faixa da avenida. Um grupo de 50 manifestantes continuam acampados por ali. Diversas churrasqueiras são vistas nas tendas e uma delas já estava a antes mesmo das 8 horas desta sexta-feira, pronta para receber os espetos de carne.

Naquela parte da avenida, o grupo parece não se importar com a presença da polícia. De longe, a equipe de reportagem flagrou o momento em que o grupo tentou impedir o cinegrafista de outra emissora ser intimidado. Os manifestantes exigiram que o profissional abaixasse a câmera e diante da negativa dele, fotografaram seu crachá e chegaram a avisar que o encontrariam nas redes sociais.

Além do acampamento, faixas espalhadas nas tendas deixam claro o que os manifestantes querem com o ato. Algumas frases pedem “intervenção federal”, outras afirmam que o grupo é patriota, apoia a democracia e a liberdade de expressão, mas na prática não respeitam os resultados nas urnas, as ordens policiais para não estacionarem em local proibido e sequer deixam a imprensa chegar perto do acampamento. Atitudes que vão contra a Constituição Federal de 1988.

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Apesar da ação policial, não há previsão para que as manifestações tenham fim na avenida. Além da Duque de Caxias, oito pontos das rodovias federais de Mato Grosso do Sul estão com manifestações, mas sem interdições no trânsito. Nas vias estaduais, 12 trechos contam com apoiadores do movimento antidemocrático.

Confira a lista: