Major Carvalho abriu empresa de fachada para comandar tráfico da Europa 1ok1a

Para isso, usou nome falso e se ou por empresário bem-sucedido 641k22

Por anos, um dos maiores traficantes de cocaína do Brasil, o ex-major da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, Sérgio Roberto de Carvalho, conhecido como Major Carvalho, viveu tranquilamente no exterior sob a identidade de Paul Wouter. Para isso, além do nome falso, se ou por um grande investidor e chegou a comprar uma empresa imobiliária em Portugal.

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Major Carvalho trabalhou por dezesseis anos na Polícia Militar de Mato Grosso do Sul — Foto: TV Globo/Reprodução

Detalhes da vida do ex-major em terras lusitanas foram reveladas pelas investigações da Polícia Federal e divulgadas nesta quinta-feira (3) pelo colunista do UOL, Josmar Jozino. Para não ter problemas em Portugal e continuar comandado o esquema de tráfico que enviava toneladas de cocaína do Brasil para a Europa, Carvalho mudou completamente de “personalidade”.

Assumiu a identidade de Paul, um empresário bem-sucedido, e assim conseguiu o cartão Golden Visa Portugal.

Com o Golden Visa, Major Carvalho poderia ter residência fixa em território português e transitar livremente por vários países do continente europeu. Dessa maneira, conseguiria facilmente istrar seu verdadeiro négicio: o tráfico internacional de cocaína.

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Segundo investigações da Polícia Federal do Brasil, para colocar o plano em prática, Carvalho contou com o apoio de uma brasileira naturalizada espanhola. Mensagens interceptadas apontam que a suspeita era amante do narcotraficante e uma das principais auxiliares no esquema de tráfico.

Com documentos e aporte falsos, o Major Carvalho comprou por 6 mil euros, a empresa do ramo imobiliário Notávelabadia, sediada em Lisboa. Além de atuar na compra e venda de prédios, a corporação também cuidava da gestão de condomínios, de empreendimentos turísticos e de obras públicas.

Para a Polícia Federal, a brasileira intermediou as negociações para a compra da empresa. E-mails encontrados durante as investigações mostram conversar da mulher com empresários portugueses, intermediando a compra de dois apartamentos em Lisboa para Paul Wouter.

A defesa dessa brasileira assegura que ela é inocente de todas as acusações e que a intermediação na compra de imóveis da qual é acusada pela Polícia Federal, não é ilegal, mas sim uma profissão regulamentada e que a cliente recebe por isso.

Negociações 75x43

A ex-proprietária da Notávelabadia, Margarida Santos, contou em entrevista a coluna que no dia 25 de junho de 2018, Paul Wouter a procurou afirmando que gostaria de constituir uma empresa em Portugal ou adquirir uma já constituída.

Já no dia seguinte, o homem adquiriu 100% das participações da empresa e também realizou uma assembleia geral, onde foi nomeado o único gerente.

Segundo Margarida Santos em 24 de agosto de 2018 foi registrada a alteração da sede da empresa e o capital social aumentou de 100 euros para 1.000.100,00 euros. Nesse dia, no entanto, Paul Wouter estava preso na Espanha pela acusação de tráfico internacional de drogas.

A prisão de Major Carvalho com a identidade falsa aconteceu em 8 de agosto daquele ano, depois que uma embarcação transportando 1,7 tonelada de cocaína foi apreendida na Galícia. O homem conhecido na Europa como “Escobar brasileiro” ficou detido quatro meses, mas acabou solto após pagar fiança de 200 mil euros.

A Justiça espanhola condenou Paul a 13 anos, mas ele nunca foi encontrado. Para se livrar da polícia, chegou a forjar a própria morte com um atestado falso assinado por um médico de Málaga. Mas a farsa foi descoberta pela Polícia Federal brasileira e as autoridades espanholas comunicadas.

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Lavagem de dinheiro 2513

Para a PF, o dinheiro utilizado na compra da Notávelabadia foi obtido com o lucro do tráfico internacional de droga. Além disso, a empresa de fachada foi comprada por Major Carvalho com apenas uma finalidade: lavar o dinheiro arrecadado com a exportação de toneladas de cocaína para a Europa.

Margarida Santos negou conhecer a pessoa que se identificou como Paul Wouter e afirmou que todos os serviços jurídicos contratados foram realizados por outros colaboradores da empresa. Ela foi ouvida pela justiça portuguesa e contou a mesma versão, mas a reportagem do UOL apurou que apesar de ter vendido a Notávelabadia, a mulher pagou, mês a mês de 2021, as contribuições sociais da empresa.

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