“Não consigo aceitar que isso aconteceu com ela”, diz filha de mulher torturada e morta pelo marido 5q5jj

Para Érika Guimarães, 21 anos, ainda é difícil acreditar que a mãe partiu, vítima de violência em casa, na frente dos filhos, por mais de um mês. “Não consigo aceitar que isso aconteceu com ela”, desabafa.  

A mãe, Francielle Guimarães Alcântara foi torturada por vários dias, dentro da própria casa, e depois morta por estrangulamento. O principal suspeito é o marido, Adailton Freixeira da Silva, de 46 anos, que fugiu na noite do crime e não foi mais visto. A causa seria ciúmes e vingança, já que ela supostamente o teria traído.

“Minha mãe traiu ele, mas ele traiu minha mãe muito antes, tanto que ele tem uma filha com a mesma idade do meu irmão de 17 anos. Meu padrasto traiu ela por muito tempo e nem por isso ela o matou”, afirma Érika. 

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Segundo a filha mais velha de Francielle, desde a infância ela testemunha agressões do padrasto contra a mãe. Mas, nos últimos anos, a violência se restringia a insultos. “Ele sempre falava com ignorância, que ela não prestava para nada, que era um peso para ele. Nunca demonstrava afeto, carinho. Nunca vi eles se abraçando, dando um beijo”, relembra.  

Francielle e a filha Érika; marido é suspeito de torturar e matar mulher de 36 anos (Foto: Arquivo Pessoal)
Francielle e a filha Érika; jovem busca por justiça após mãe ser torturada e morta (Foto: Arquivo Pessoal)

Tentativa de separação  1i461e

A última vez que Érika viu a mãe foi no dia 19 de dezembro. Dias antes, ela conseguiu retirar Francielle da casa onde morava com o padrasto. “A última vez que eu tive contato com ela foi quando a gente conseguiu tirar ela da casa, no dia 16 de dezembro. Chamamos a polícia. Eu e minhas tias fomos buscá-la. Mas, ela não queria sair de casa, estava com muito medo, não queria sair de jeito nenhum. Ela veio ficar aqui na casa da minha tia onde eu moro. Mas, no dia 19 de dezembro, meu irmão mandou mensagem para ela, chamando para almoçar com ele na casa da sogra. Ela foi e não voltou mais”, conta.

Érika explica que tentou contato com a mãe todos esses dias, mas ela estava sem celular. Ligou para o irmão, que não a atendia e tentou contato com o telefone da vizinha. Na ocasião, o irmão atendeu o número, mas afirmou “que não era pombo correio para ar informação”. Ainda segundo a filha, quando outra tia questionou sobre Francielly, ele afirmou que Adailton estaria viajando a trabalho e que ela estaria bem.

Ela também tentou entrar em contato indo pessoalmente na casa da mãe no dia 24 de dezembro, véspera de Natal, mas não foi atendida. Quando a mãe foi morta, foi a sogra do irmão que a informou. “Meu sentimento agora é de tristeza profunda. Meu coração dói tanto, não consigo aceitar que isso aconteceu com ela. Poxa vida, ela sofreu tanto, ficou um mês sofrendo, não consigo nem pensar, nem relembrar a cena”. 

Mãe de um bebê, Érika vai tentar a guarda do irmão mais novo, de 1 ano e oito meses. “Meu irmão de 17 anos que está com ele. Vou ter que procurar a Defensoria Pública para tentar a guarda, já que ele está com uma pessoa menor de idade”, explica.

Um mês de tortura 1g3ei

Francielle Guimarães Alcântara, viveu os últimos 30 dias trancada em casa, sendo alvo de agressões diárias na frente do filho, com menos de dois anos de idade.

Segundo o delegado Camilo Kettenhuber Cavalheiro, a mulher era torturada o tempo que foi mantida em cárcere. Tudo acontecia na frente do bebê, segundo apurado pela investigação. Neste período, a mulher foi proibida de manter qualquer contato com a família.

Para despistar a polícia, o suspeito – que é soldador e agiota – ainda simulou uma morte natural. Chamados, socorristas do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) levaram o corpo para o Serviço de Verificação de Óbito, sem perícia, portanto.

Lá, o médico percebeu que havia algo errado e o caso foi enviado para a 6ª Delegacia de Polícia Civil como morte a esclarecer.

Na unidade policial, no entanto, a equipe de investigação percebeu que Francielle tinha lesões de estrangulamento e perfurações nas costas. Foi pedida uma nova perícia ao Imol (Instituto Médico e Odontológico Legal) que comprovou as lesões por agressão.

O suspeito agora é procurado por homicídio qualificado por tortura e feminicídio. O caso foi encaminhado para a Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher).

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