Irmãs resgatadas pela polícia já haviam ficado dez dias sozinhas em casa 5l2r1s
As duas irmãs, de 10 e 12 anos, resgatadas pela polícia nesta quinta-feira (27,) em uma casa no Jardim Santa Emília, já foram deixadas sozinhas pela mãe por cerca de dez dias. Há dois anos, as meninas e uma prima ficaram trancadas enquanto a mulher de 33 anos viajava para o Paraguai para ver o namorado.

O primeiro caso aconteceu em Água Clara – cidade a 192 quilômetros de Campo Grande – em janeiro de 2020. Após denúncias, o Conselho Tutelar da cidade foi até a casa da família e lá encontrou as meninas, que na época tinham 10 e 7 anos e uma prima delas, de 11 anos. As três não abriram a porta para a equipe e por isso a Polícia Militar foi chamada para entrar no local.
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Dentro da residência, as conselheiras descobriram que mulher estava fora há cerca de dez dias. As próprias crianças contaram que a mãe havia viajado para encontrar o namorado no Paraguai e por isso estavam sozinhas. Segundo o registro feito no dia do resgate, os cômodos estavam sujos e as meninas precisavam cozinhar, mas sequer havia alimentos adequados para isso.
A mesma situação foi encontrada pela polícia na tarde de ontem, em Campo Grande. As irmãs estavam sozinhas e sem comer por mais de 24 horas. O ambiente era sujo e a geladeira estava vazia. Desta vez, no entanto, a mulher estava em um bar da região e negou ter abandonado as filhas. Em depoimento afirmou que saiu apenas para tomar café com uma amiga e que ficou fora poucos minutos.

Os policiais da Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico) ainda descobriram que a ligação de energia na casa era clandestina. Por isso, a mulher também foi indiciada por furto. Esse crime ela confessou. Explicou que teve a luz cortada em dezembro e fez o “gato” para não deixar as filhas no escuro.
Na manhã desta sexta-feira (28), a presa ou por audiência de custódia e foi liberada, sem qualquer medida cautelar. O juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, no entanto, recomendou o acompanhamento da família pela justiça. “Assim, reputo que deve ser colocada em liberdade e que toda a situação de suas filhas seja avaliada, com mais profundidade, pela Vara Especializada da Infância, Juventude e Idoso”.
Conforme apurado pela reportagem, as meninas continuam sob cuidados do Conselho Tutelar, mas uma da avós já se comprometeu a cuidar delas, por isso devem ser liberadas ainda hoje, quando a responsável chegar em Campo Grande.