Imagens exclusivas mostram socorro a vítimas de acidente de ônibus que deixou 8 mortos 676m4f
Conforme a perícia, o ônibus teria invadido a pista contrária da via e bateu de frente com uma carreta que vinha no sentido oposto m6m16
O acidente do ônibus da empresa Itamaraty com um caminhão que deixou 8 mortos, na BR-163, em Sorriso, a 420 km de Cuiabá, completa um ano. Entre partes do veículo retorcidas e algumas pessoas soterradas por grãos de soja, socorristas do Corpo de Bombeiros tentavam acalmar os sobreviventes, mostram as imagens exclusivas.
“Socorro” e “me ajuda” eram frases constantes dos ageiros durante o resgate. O esforço para tirar as vítimas do veículo durou horas e desafiou a capacidade dos bombeiros voluntários que ajudavam.
Conforme a perícia, o ônibus teria invadido a pista contrária da via e bateu de frente com uma carreta que vinha no sentido oposto. O coletivo tinha 45 ageiros. Oito morreram, após a colisão.
Para o tenente coronel Jean Oliveira, comandante do batalhão de bombeiros de Sinop, o atendimento daquela ocorrência foi de maior destaque numa série histórica. “Geralmente os acidentes nas rodovias são graves, porque os veículos estão em alta velocidade”, aponta.
A viagem 2g2h5w
Tudo começa com a partida do ônibus de Cuiabá no dia 16 de maio de 2022, às 22h, com destino a Sinop. Durante o trajeto, o veículo quebrou na madrugada do dia 17, às 2h30, antes de chegar a Lucas do Rio Verde.
“Ficou de 2h30 até 7h30 da manhã na pista, até um motorista consertar. E a empresa alegando para gente que estava vindo um carro e”, disse a sobrevivente Kely Eronides da Silva da Cruz.
Porém, 35 km antes de chegar ao destino, o ônibus se acidentou com a carreta.
Socorro de vítimas 3z256z
Os ageiros com ferimentos leves eram tratados ainda na rodovia. Já as pessoas que estavam em estado grave eram levadas para o estacionamento da Catedral de Sinop, por um helicóptero.
De lá, as vítimas eram levadas para o hospital regional. “Naquele dia, tivemos que contar às famílias que um pai, uma mãe, um filho veio a óbito. É sempre muito triste”, descreve Camila Carvalho, médica do Corpo de Bombeiros de Sinop.
Perícias opostas 5h3d7
Segundo o perito da Politec (Perícia Oficial e Identificação Técnica), o ônibus foi o causador do acidente. “Por algum motivo, ele invadiu a faixa que trafegava a carreta e por conta disso deu causa ao acidente”, concluí no relatório.

A defesa do motorista da empresa Itamaraty contesta o relatório e contratou perícia particular. “O ônibus, na verdade, foi desviar do caminhão, que vinha na contramão. Ele tentou regressar para sua faixa, só que em alta velocidade e devido ao peso do veículo, o caminhão fez o chicote, tanto é que não houve uma colisão [toda] frontal”, disse o advogado Edlênio Barreto.
Por meio de nota, a empresa responsável pela carreta nega a versão da perícia particular. O motorista da carreta sobreviveu e segue afastado da função, mas perdeu a visão do olho esquerdo.
Já o motorista do ônibus não foi ouvido pela polícia, após não ter sucesso de contato com ele. Segundo a esposa dele, ouvida pela reportagem, ele não se lembra bem do caso. “Sempre quando vê uma reportagem ele pergunta: ‘Mas foi eu que matei?'”.
O inquérito foi concluído pela Polícia Civil. No documento, o motorista do ônibus é apontado como único responsável pelo acidente. O Ministério Público deve avaliar o resultado e apresentar ou não à Justiça.