Hacker que invadiu sistema do TRF3 para mudar processos é preso em MS 3o1a4g
Selmo alterou documentos e sentenças em favor dele próprio em oito processos, mas em maio de 2021 foi alvo da Operação Escalada Cibernética 51422f
Foi preso neste domingo (17) o hacker procurado desde 2021 por invadir o sistema do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, sediado em São Paulo, para mudar sentenças de, pelo menos, oito processos.
Selmo Machado da Silva foi encontrado pela Polícia Federal em uma casa do Jardim Aero Rancho, em Campo Grande.

O hacker se tornou alvo da polícia depois que dois juízes federais de São Paulo notaram alterações das sentenças dadas por eles e a falsificação das suas s. Logo no começo da investigação, foi descoberto um e-mail usado para invadir o sistema, esse endereço eletrônico pertencia a Selmo.
Não demorou para outro nome ligado ao esquema ser descoberto: Diego Guilherme Rodrigues.
Segundo a apuração, os dois agiram de janeiro a fevereiro de 2021. Nesse tempo, Selmo entrou em processos contra ele mesmo e alterou decisões que o condenavam. De acordo com a investigação, ele alterou documentos em, pelo menos, oito casos: dois cíveis e seis criminais.
Nos processos cíveis, a fraude rendeu dinheiro ao suspeito e por isso contou com a ajuda de Diego; era dele a conta cadastrada para que os valores fossem depositados.
No dia 19 de maio de 2021, os dois foram alvos da Operação Escalada Cibernética. Diego foi preso, mas Selmo não foi encontrado. Desde então ele era procurado. Sem pistas do hacker, a Polícia Federal chegou a incluir o nome dele na lista de difusão vermelha da Interpol.
Quando ainda era procurado, Selmo foi condenado a nove anos de prisão pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsificação de documento público. Diego foi sentenciado a cinco anos.
Após mais de três anos foragido, o hacker foi preso em Campo Grande, na mesma casa em que os policiais visitaram em 2021 e apreenderam diversos documentos em nome de outras pessoas.
Para a defesa de Selmo, feita pelo advogado Matheus Pelzl, o processo caminha “de modo totalmente ilegal”, principalmente pelo fato de o crime ter sido supostamente cometido em desfavor daqueles que estão julgando o caso.
“As próprias ‘vítimas’ estão julgando ele, causa clara de impedimento que não reconheceram.
Fora que não nos forneceram todas as provas dentro do prazo também. Além disso, sempre disseram que ele estava foragido, só que ele sempre esteve na residência dele, onde foi preso neste domingo”, defendeu o advogado.
Nos próximos dias, a defesa tentará reverter a prisão de Selmo. “Ainda estamos analisando qual vai ser a estratégia, mas pelas ilegalidades do processo, sobretudo da prisão, vejo que podemos buscar diretamente ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).