Gravação de Beira-Mar e Marcinho VP envolve Palermo na morte de Rafaat 431l1a

Conversa foi captada logo após a execução do "Rei da Fronteira", mas só veio à tona agora x28z

Em uma gravação captada no ano de 2016, que só veio à tona agora, Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, colocou Gerson Palermo, preso foragido da Justiça de Mato Grosso do Sul, na cena do assassinato cinematográfico de Jorge Rafaat, ocorrido em junho daquele ano.

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Beira-Mar, de camiseta branca, e Marcinho VP, de casaco bege. (Fotos: Brunno Danta/TJRJ – Reprodução Globo)

Palermo é o criminoso foragido desde 2020, quando conseguiu decisão da Justiça sul-mato-grossense para ficar em prisão domiciliar, rompeu a tornozeleira e nunca mais foi achado.

Em conversa de julho de 2016 com Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, no presídio federal de Porto Velho (RO), que agora veio à tona, Beira-Mar afirma que sobrou apenas para a facção criminosa surgida em São Paulo a responsabilidade pela morte de Rafaat, mas que “Siciliano”, um dos apelidos de Gerson Palermo, também estava envolvido.

A existência desse áudio, captado durante um banho de sol na penitenciária, foi revelada em reportagem do Portal Uol, assinada por Herculano Barreto Filho.

Um único condenado 3g4a1h

Apenas uma pessoa foi condenada pela morte de Rafaat, o carioca Sérgio Lima dos Santos, que pegou 35 anos de prisão no Paraguai. O atentado ao então “Rei da Fronteira” fez explodir uma nova guerra pelo controle do tráfico de drogas na época, com reflexos até hoje.

Na conversa com Marcinho VP gravada na cadeia, ele diz ter recebido de Samura, Jorge Teófilo Samúdio Gonzalez, líder de facção carioca preso desde março de 2021, o detalhamento de como se deu a situação na qual Rafaat acabou sendo morto.

“Falou que o bagulho foi cinematográfico. Tomaram essa atitude [Palermo e comparsas], mas quem levou a fama foi o pessoal do 15 [em alusão à máfia surgida nos presídios paulistas]

“O Rafaat, quando eu cheguei lá [no Paraguai], nem era bandido. Ele trabalhava com negócio de pneu. Mas ele sempre teve sede de poder. E, depois que puxou uma cadeia lá, ele saiu querendo dominar. Ele entrava no caminho dos outros, querendo cobrar pedágio. Eu não tinha inimizade com ele, não. Mas a postura dele era postura de alemão [inimigo], comentou Marcinho VP.

Na sequência, aparece a citação a Gerson Palermo.

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Aí! O Siciliano não está mexendo com chá [tráfico de maconha, segundo os investigadores], né?”

Marcinho VP responde que não.

O diálogo segue com a análise de Beira-Mar de que a região fronteiriça, do lado paraguaio, estava tomada de brasileiros.

“Tem muita gente lá. Brasileiro lá tá igual mato. Tá, tipo assim, tem muito amigo nosso que tá (…). [O Siciliano está] morando lá muito mesmo e, fora nós [facção carioca], deles tem muito lá. Mas é muito grande. Então, dá pra todo mundo viver lá. Cada um na sua lá, tá ligado?”

Rafaat volta a ser o assunto.

“Eu não tenho nada contra ele. Ele me respeita e tal, quando eu estava lá. Mas é o seguinte: ele é comerciante, ele trabalha com quem compra dele. Seja 15 [em referência à facção paulista], seja lá quem for. Ele trabalha, mas a informação que eu tive é que ele estava junto com o Siciliano e mais um S [ que seria Sérgio Lima dos Santos, condenado a 35 anos de prisão pelo assassinato do Rafaat]. Eles estavam junto na caminhada e se uniram lá, entendeu?”

Marcinho VP diz que seu grupo estava ciente disso e comenta, em trecho ininteligível, que sobrou para a facção de São Paulo.

O que chegou pra gente é que ele se uniu com o S [Sérgio Lima dos Santos] e o Siciliano tomaram essa atitude. Mas quem levou a fama foi o pessoal do 15, entendeu? Quem ganhou a fama de ter feito foi o pessoal do 15.”

A gravação, informa a reportagem do portal Uol, foi registrara pelo Depen (Departamento Penitenciário Nacional) em julho de 2016, pouco tempo depois de Jorge Raffat ser fuzilado com uma arma de guerra, no meio da rua em Pedro Juan Caballero, apesar de estar em um veículo blindado.

Foragido 1z3h2g


Gerson Palermo, a quem Beira-Mar atribui responsabilidade pelo plano da execução cinematográfica de 2016, é hoje um dos criminosos mais procurados do país.

Desapareceu do mapa em abril de 2020, de Campo Grande, depois de conseguir decisão para ficar em prisão domiciliar monitorado por tornozeleira eletrônica. Tinha mais de 120 anos de prisão a cumprir.

Por causa dessa fuga, o desembargador Divoncir Schreiner Maran está respondendo a processo istrativo no CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Ele foi o responsável pela decisão favorável a Palermo, também apelidado de Pigmeu.

Fernandinho Beira-Mar está atualmente na penitenciária federal de Campo Grande. Marcinho VP está na prisão mantida pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública em Catanduvas, no Paraná.

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