Gaeco volta às ruas para prender envolvidos no jogo de bicho em Campo Grande 5n276j
Materiais apreendidos durante a primeira fase da operação – realizada no dia 5 de dezembro – revelaram o envolvimento de várias outras pessoas no grupo; hoje são cumpridos 12 mandados de prisão 102a4c
Equipes do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) saíram às ruas, nesta quarta-feira (20), para mais uma ação da operação Successione, que tenta desarticular um grupo criminoso suspeito de cometer crimes para conseguir o monopólio do jogo do bicho em Campo Grande.
Desta vez, são cumpridos 12 mandados de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão.

Segundo o Ministério Público de Mato Grosso do Sul, materiais apreendidos durante a primeira fase da operação – realizada no dia 5 de dezembro – revelaram o envolvimento de várias outras pessoas no grupo, supostamente chefiado pelo deputado estadual Neno Razuk (PL).
As novas provas comprovaram que mesmo com a apreensão de 700 máquinas do jogo do bicho, em outubro deste ano, o grupo continuou com tentativas de estabelecer o domínio sob os jogos de azar em Campo Grande, sempre de forma violenta.
Eles também investiram na aquisição de máquinas para operar o jogo do bicho na capital, mesmo depois do flagrante.
Ainda de acordo com o Gaeco, o grupo é integrado por policiais militares da reserva (dois deles presos na primeira fase da operação – um ex-policial militar, já excluído dos quadros da corporação). Juntos, eles aproveitavam do porte de arma para “subjugar a exploração do jogo ilegal”, a mando dos chefes da organização criminosa.
Até o momento, o Gaeco identificou 15 pessoas envolvidas nos crimes. O grupo armado, segundo as investigações, era estruturalmente ordenado e tinha divisão de tarefas entre os integrantes, tudo para fortalecer à exploração ilegal do jogo do bicho, roubos (pelo menos três descobertos até o momento), corrupção, entre outros crimes graves.
Todos os 15 envolvidos foram denunciados no final da tarde de terça-feira (19). Os nomes ainda não foram revelados.
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Prisões 1ª fase 612z4x
A primeira fase da operação foi deflagrada para prender dez pessoas, mas, desse total, três não foram capturadas. São eles: José Eduardo Abdulhad, o “Zeizo”, Tiano Waldenor de Moraes e Luiz Paulo Bernardes Braga.
Os sete presos foram identificados como:
- Diego Sousa Nunes: assessor parlamentar de Neno Razuk, que foi encontrado no ponto de concentração do jogo do bicho da organização criminosa durante diligência do Garras. Está na relação de visitantes de Neno Razuk, no Damha III, com um dos carros usados nos roubos a malotes.
- Manoel José Ribeiro, o “Manelão”:sargento reformado da Polícia Militar, assessor parlamentar de Neno Razuk. Estava no QG do jogo no bairro Monte Castelo no dia 16 de outubro. Foi reconhecido pelas vítimas como executor de dois dos três roubos apurados e aparece na relação de visitantes de Neno Razuk, no Damha III, com um dos carros usados nos roubos.
- Gilberto Luiz dos Santos, chamado de G.Santos, “Coronel” ou “Barba”: é policial militar reformado, assessor parlamentar de Neno Razuk. Estava no imóvel onde foram apreendidas as máquinas usadas para registrar apostas em outubro. Visitou a casa do deputado em um dos carros usados nos roubos sob apuração. Foi flagrado durante a investigação do Gaeco dirigindo o mesmo veículo. Segundo a apuração, embora seja major, se intitulava coronel da Polícia Militar e usava dessa condição para impor respeito no trato das atividades criminosas.
- Julio César Ferreira dos Santos:é filho do policial militar da reserva Gilberto Luiz dos Santos. Estava na casa do bairro Monte Castelo onde foram apreendidas as 700 máquinas. Está na lista de visitantes de Neno Razuk, no Damha III, usando um dos carros usados nos assaltos.
- Taygor Ivan Moreto Pelissaro: é estudante de Medicina em Ponta Porã que estava no QG e foi pego em Ponta com arma dois dias depois, na cidade fronteiriça ao Paraguai.
- Valmir Queiroz Martinelli: foi encontrado no ponto de concentração do jogo do bicho da organização criminosa durante diligência feita pelo Garras. Nas investigações do Gaeco foi flagrado conduzindo um dos veículos usados nos roubos. É apontado como responsável pela aquisição de maquinário, entre outros órios necessários ao funcionamento do jogo do bicho, cujo comércio ocorre em meio clandestino.
- Mateus Junior Aquino: foi usado por Gilberto Luiz para ameaçar uma das vítimas, indica a investigação. Conforme apurado, era vinculado a outro grupo que explorava o jogo do bicho em Campo Grande, mas recentemente filiou-se à organização criminosa supostamente comandada por Razuk.
Além disso, as equipes cumpriram mandado de busca e apreensão na casa de Neno Razuk.