Gaeco derruba esquema de advogados, vereadores e servidores públicos 5c2r49
Alvos usavam o nome de pessoas em vulnerabilidade para fraudar consignados e depois entrar com processos contra bancos por todo o país 333z6u
Dois grupos criminosos liderados por advogados são alvos da operação “Arnaque”, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) em Mato Grosso do Sul e outros sete estados. Os suspeitos usavam o nome de pessoas em vulnerabilidade para entrar com processos contra bancos por todo o país com pedidos de indenização por empréstimos consignados fraudulentos.
Além de advogados, vereadores e servidores públicos são alvo de prisão. Em cinco anos, o grupo movimentou mais de R$ 190 milhões, conforme divulgado pelo Gaeco nesta quarta-feira (5).

Segundo informações do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), as investigações descobriram que dois grupos de advogados persuadiam idosos, deficientes e indígenas para conseguir procurações dando pleno poder a eles. Depois disso, faziam empréstimos falsos e ajuizavam múltiplas ações de indenização em nome dos clientes contra instituições financeiras.
Durante as investigações, foram encontradas mais de 70 mil demandas judiciais sob responsabilidade dos grupos criminosos em todo o país. A força-tarefa identificou que a maioria das questões eram de empréstimos consignados forjados. Cerca de 10% dos casos terminavam com procedência; quando não são feitos acordos em massa com instituições financeiras.
“As investigações revelaram que os crimes, apesar de explorarem pessoas em grave situação de pobreza e vulnerabilidade social, permitiram que líderes das organizações criminosas movimentassem cerca de R$ 190 milhões em menos de cinco anos de atividade”.
Nesta quarta-feira são cumpridos 39 mandados de prisão. Entre os alvos estão sete advogados, dois vereadores e outros dois servidores públicos – os nomes dos suspeitos, ou a cidade em que eles estão, não foram divulgados. Além disso, 51 endereços foram listados para busca.
De acordo com nota divulgada pelo Ministério Público, os mandados de busca e apreensão são cumpridos em 21 cidades do país. Confira a lista:
- Mato Grosso do Sul – Iguatemi, Naviraí, Paranhos, Tacuru, Sete Quedas, Eldorado, Anaurilândia e Chapadão do Sul
- Bahia – Barreiras
- Goiás – Goiânia
- Mato Grosso – Sinop
- Minas Gerais – Iturama
- Paraíba – João Pessoa
- Paraná – Araucária, Cascavel, Campo Mourão, Guarapava, Peabiru, Engenheiro Beltrão e Icaraíma
- Piauí – Floriano
O nome da operação, “Arnaque”, vem da língua sa. O vocábulo quer dizer golpe.