Facção usava mulheres para burlar fiscalização e lavar dinheiro do tráfico em MT 5z5914
Investigação revelou que estrutura feminina foi usada para camuflar movimentação do dinheiro do tráfico entre cidades de MT 6xx24
O delegado responsável pelas investigações que resultaram nas operações Minerva e Destino Final 2, Antônio Freire, detalhou nesta quarta-feira (7) a atuação do núcleo financeiro de uma facção criminosa que movimentava dinheiro do tráfico de drogas por meio de uma rede composta majoritariamente por mulheres. Segundo ele, nove mulheres já foram identificadas no esquema, ocupando posições estratégicas desde a coleta até o transporte e lavagem dos valores.

“Sinop era a cidade focal do recolhimento desses valores. Eles vinham de vários municípios da região Centro-Norte e eram centralizados aqui para depois serem levados a Cuiabá, onde o dinheiro era inserido no sistema por meio de empresas”, afirmou o delegado durante coletiva.
O grupo, segundo a polícia, usava mulheres em diferentes níveis hierárquicos para evitar suspeitas das autoridades. Havia mulheres responsáveis por recolher o dinheiro diretamente com os gerentes do tráfico, outras encarregadas da entrega para uma transportadora do esquema, e uma última, presa no fim de semana, que fazia o trajeto até a capital com o dinheiro escondido em compartimentos ocultos.
Foi justamente essa mulher que foi flagrada com cerca de R$ 500 mil em espécie no de um veículo, durante uma abordagem da polícia. O montante fazia parte de uma movimentação maior, que já soma cerca de R$ 1 milhão apreendidos até agora, segundo o delegado. Também foram recolhidos armas, drogas e documentos que devem ajudar a identificar novos integrantes do esquema.
Ainda conforme a Polícia Civil, uma empresária de Várzea Grande, proprietária de uma empresa de transportes, era responsável por receber os valores em Cuiabá e encaminhá-los ao proprietário da droga. A utilização de empresas, segundo o delegado, era parte da estratégia para promover a lavagem de dinheiro e simular origem lícita aos valores.
A investigação é fruto de uma força-tarefa entre a FICCO (Força Integrada de Combate ao Crime Organizado) e o GAECO de Sinop, que unificaram operações em andamento após identificarem alvos em comum. A integração de informações deu origem à deflagração conjunta desta terça-feira (6), com 14 mandados de prisão, 13 de busca e apreensão e o sequestro de bens.