Ex-candidato e indígenas vão continuar presos por invasão em MS 72254f
Na decisão, o juiz da 2ª Vara Federal de Dourados, Rubens Petrucci Junior, argumentou que colocar os indígenas em liberdade, no momento, representa “risco à ordem pública” 1z3p43
A Justiça Federal manteve a prisão do ex-candidato a governador do estado, Magno Souza e outros oito indígenas detidos por invadirem uma propriedade rural de Dourados, cidade a 229 quilômetros de Campo Grande, durante o fim de semana.

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Na decisão, o juiz da 2ª Vara Federal de Dourados, Rubens Petrucci Junior, argumentou que não restam dúvidas sobre a autoria dos suspeitos na invasão, diante dos elementos apontados pela polícia e até da confissão do grupo.
Petrucci também ressaltou que colocar os indígenas em liberdade, no momento, representa “risco à ordem pública”, e sequer a adoção de outras medidas cautelares, seriam suficientes para conter os conflitos na região.
“No presente caso, vislumbro que nem sequer a medida de monitoração eletrônica seria apta a evitar novos conflitos, pois não impede o deslocamento dos custodiados e não garante que não voltarão a praticar eventuais delitos da mesma natureza”, pontuou.
Além de Magno de Souza, continuarão presos Enivaldo Reginaldo, Rogerio de Souza, Sanches de Souza, Valdemar Vieira, Adelino de Souza Portilho, Adelio de Souza, Argemiro dos Santos e Cledeildo de Souza.
Retomada 1k5ql
A retomada começou na sexta-feira (7), em uma área que pertence a uma construtora e onde é erguido o empreendimento de alto padrão – com conceito Spa Resort. Segundo a polícia, para entrar na propriedade, o grupo indígena destruiu um muro de concreto e ainda agrediu o caseiro da fazendo ao lado.
O homem contou a polícia que também é indígena, mas trabalha como caseiro na propriedade vizinha a retomada. Na sexta-feira percebeu que parte do gado havia fugido e foi atrás dos animais. No pasto, no entanto, foi surpreendido por dois suspeitos com um facão. Acusado de “ajudar” os fazendeiros, ele foi agredido e ferido com dois golpes de facão.
O caseiro conseguiu escapar com vida e a Polícia Militar foi avisada. No registro, consta que no primeiro dia de invasão as equipes foram ao local e encontraram os indígenas dentro do terreno da construtura; pediram então que eles deixassem o local, mas o grupo negou sair e, segundo o boletim de ocorrência, foram tratados com hostilidade.
Diante do risco de confronto, os militares deixaram o lugar e pediram reforço para resolver a situação. Equipes do Batalhão de Choque da Polícia Militar foram enviadas a Dourados e no sábado (8), foram a região de retomada.
Desta vez, os indígenas não reagiram e nove deles foram levados para a delegacia. Com eles os militares encontraram armas – facas, facões e uma pistola adaptada para calibre 22 – além de lonas, usadas para construir barracos. Os policiais descobriram também que contêineres com ferramentas da obra foram arrombados durante a ocupação.