"Eu tinha muito para viver"; tatuador fala de ataque da ex com ácido 6r1h2a
Leandro, de 30 anos, teve o rosto desfigurado e perdeu a visão após a ex-namorada jogar soda cáustica nele, durante discussão no meio da rua; mesmo com chances baixas, trabalhador não perde esperança 61st
A sensação é de renascimento para o tatuador Leandro Coelho, de 30 anos, que sobreviveu a ataque com ácido, na última quarta-feira (22), em Campo Grande. Porém, desde então, a reviravolta na vida do trabalhador, que perdeu a visão, exige readaptação e pausa em projetos da vida pessoal e profissional.

Nesta segunda-feira (27), cinco dias após o ataque, Leandro conversou com a reportagem da TV Morena e contou detalhes da relação conturbada com a ex-namorada e da ação da mulher, na semana ada.
“É uma coisa que a gente fica revoltado! Eu tinha muito para viver, para planejar. Minha vida ganhou um novo rumo”, resumiu o tatuador. Na noite do ataque, Leandro havia acabado de sair da academia.
“Ela estava me esperando na esquina de casa com uma jarra de produtos químicos. Ela lançou sobre o meu rosto e, como eu estava com capacete aberto na frente, pegou todo o meu rosto, na região do olho. Saí correndo de moto e ela foi na mesma direção. Virei e pedi socorro para uns meninos de bicicleta, eles chamaram a polícia e os bombeiros”, explicou.
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O motociclista contou que não imaginava que a ex-companheira fosse capaz de agir de tal forma. “Eu imaginava a maldade que ela poderia ter, mas não esse tipo de maldade. Eu pensei que era gasolina, que ela ia atear fogo. Fiquei tranquilo, porque pensei: ‘até ela riscar o isqueiro, dá tempo de correr’, mas não. Vi que estava queimando e eu fui perdendo a visão muito rápido, 5, 10 segundos”.

Sobre a convivência com a ex, ele explicou que a mulher sempre apresentou sinais violentos, principalmente nos últimos quatro meses, quando o relacionamento chegou ao fim.
“Estamos separados há mais de quatro meses. Nesse período, ela me mandava mensagens, queria marcar encontros, eu falava que não dava mais, que eu ia seguir outro rumo, que estava com outros propósitos”.
Mas, mesmo com todas as declarações do ex-namorado, a mulher insistia em manter contato. “Comprou diversos chips para fazer ‘whats’ fakes, se ava de cliente, fazia diversos ‘Faces’ (Facebook) para acompanhar meu trabalho e minha rotina. Tudo o que acabou com a gente foi o ciúmes dela, meio possessivo, violento. Toda vez que separava era briga, as duas últimas vezes, deu polícia”.
Sem enxergar, Leandro não perde a esperança. “Os médicos falaram que a possibilidade de eu ver de novo é baixa, bem difícil, por causa das córneas queimadas profundamente. Temos que esperar o resultado e eu tenho esperança de voltar a enxergar”.
Leandro também falou sobre o que sente e espera do futuro. “Que ela pague por tudo o que eu estou ando. Não posso falar que eu vou conseguir perdoar uma pessoa que acabou com meus projetos e meus planos”.