Escrivão alvo da Operação Omertà é demitido da Polícia Civil 422l1w
Decisão foi assinada pelo secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira e publicada no Diário Oficial Eletrônico 536v48
Alvo da Operação Omertà, o escrivão Rafael Grandine Salles foi demitido da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul nesta sexta-feira (18). Em dois anos, o então policial civil foi preso por tráfico de drogas duas vezes e uma terceira por contrabando de cigarros.

A demissão de Rafael foi assinada pelo secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira e publicada no Diário Oficial Eletrônico nesta manhã. Ao justificar a perda do cargo, o documento aponta a violação de vários artigos da Lei Orgânica da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul.
Entre os motivos para a demissão, estão a violação de deveres como policial – como levar uma vida pública digna e com honestidade, imparcialidade e com lealdade – negligenciar suas funções, se envolver em escândalo que comprometa a instituição, simular doença para não trabalhar, cometer transgressão grave e por fim, usar o cargo para atos incompatíveis com a função.
Os escândalos envolvendo Rafael começaram a se tornar públicos em 2019, quando ele foi alvo de ações da Omertà, resultado de uma força-tarefa da Polícia Civil e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) para investigar grupo responsável por ao menos quatro assassinatos em Campo Grande.
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Na época, foi atribuída ao escrivão a posse 45 gramas de cocaína, que estava em alojamento compartilhado por policiais de fora que trabalham em Ponta Porã, fronteiriça com o Paraguai. Ele negou e após algum tempo preso, ganhou a liberdade. Não demorou muito para voltar a prisão.
Em setembro de 2020, foi flagrado em uma picape carregada com 50 pacotes de cigarros; três caixas com 60 cigarros eletrônicos e 2.600 mil caixas com essência de narguilé. Todos os produtos estavam sendo contrabandeados da Paraguai. Quando foi detido, o escrivão já havia saído de Ponta Porã e trabalhava em Corumbá.
No mesmo mês, uma ação em Ponta Porã terminou com a apreensão de 3,7 toneladas de maconha em uma propriedade rural no bairro Jardim Estoril. No local, além da droga e de uma espingarda, as equipes policiais encontraram vários documentos de Rafael e camisetas da Polícia Civil, o que para a investigação caracterizou que o escrivão morava ali.
Além desses crimes, o ex-policial também responde na justiça por ter retirado um carro, Gol, do pátio da 1ª Delegacia de Polícia Civil de Ponta Porã e entregar a um homem como pagamento pela “aquisição e conserto” de peças de caminhão de propriedade dele, a mesma em que a droga foi encontrada.
Atualmente, Rafael está preso na 3ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande.
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