Dia de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infantil: MT já tem 40 casos de estupro em 2022 3x5c63
Segundo dados da Sesp, de janeiro a abril deste ano, foram registrados 40 casos de estupro contra menores em Mato Grosso. 6ma
No dia 18 de maio, esta quarta-feira, é celebrado o dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A campanha que recebe o slogan “Faça Bonito – Proteja nossas crianças e adolescentes” busca sensibilizar a sociedade para assumir responsabilidade de enfrentar e prevenir o problema da violência sexual infantil.

Dados da Sesp (Secretaria de Estado de Segurança Pública), mostram que no ano ado, Mato Grosso registrou 162 ocorrências de estupros contra pessoas menores de 18 anos. Além disso, houve o registro de 190 casos de importunação sexual e 129 de assédio referentes a esse público.
Ainda de acordo com o órgão, de janeiro a abril deste ano, foram registrados 40 casos de estupro, 78 de importunação sexual e 43 de assédio de menores. Porém, esse número pode ser ainda maior já que muitos casos acabam não sendo levados ao conhecimento das autoridades.
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O combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes foi tema de um estudo realizado pelas profissionais Julianne Caju, que é jornalista, e Paula de Ávila Assunção, assistente social.
Para Julianne, que também é doutoranda e mestra em educação pela UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso), o assunto deve ser discutido de forma constante, e não apenas no dia da campanha.
“O assunto deve ser lembrado todos os dias. Deve ser falado, escancarado e dialogado, para além de fazer denúncias e dizer basta ao abuso. Precisamos nomear os problemas ou a forma como a nossa sociedade é constituída para que a gente consiga de verdade enfrentar essa mazela social. A maioria das violências sexuais contra crianças têm a causalidade muito mais vinculada à questões de âmbito cultural e social”, ressalta.

Segundo a doutoranda, estudos comprovam a relação direta desses tipos de crimes ao machismo, à misoginia e à prevalência de valores e práticas patriarcais.
“A gente precisa pensar quais são os comportamentos, as ações, as narrativas, as falas das quais nós criamos os meninos e as meninas”, explica.
Julianne destaca que é fundamental que a escola participe desse debate e do enfrentamento ao problema, já que as pesquisas mostram que mais de 80% dos abusadores são pessoas conhecidas dessas crianças.
“São pessoas que têm algum tipo de intimidade com essa criança, que têm, inclusive, liberdade pra conviver com essa criança e muitas vezes os responsáveis podem não saber o que está acontecendo. Qual o outro local que a criança mais circula? É a escola. Professores, coordenadores e diretores têm que estar atentos aos sinais: a criança muda de comportamento, ela pode trazer através de um diálogo ou de uma conversa, então é fundamental”, disse.
Julianne salienta ainda a importância da educação sexual nas escolas.
“É muito importante deixar claro, não é falar sobre sexo, é educação sexual. Porque é o que vai permitir com que as crianças aprendam a diferença de abuso e de afeto, de violência e de um carinho, de uma atenção ou algum tipo de exploração que esse abusador venha a fazer. As pesquisas têm mostrado que à medida em que Estado, família e escola se comprometem verdadeiramente a pensar essa questão de uma maneira mais ampla e especialmente a partir do viés cultural, o enfrentamento a esse problema surte muito mais efeito”, conclui.
Ações educativas 2i1m6n
A campanha que acontece em nível nacional tem como símbolo uma flor, que simboliza a fragilidade da primeira infância. Em Cuiabá, a ação recebeu uma vasta programação organizada pela Secretaria Municipal de Assistência Social, Direitos Humanos e da Pessoa com Deficiência.
Para reforçar a importância da data e divulgar mais informações sobre o tema, panfletagens serão realizadas em diferentes pontos da capital que possuem grande movimentação de veículos e de pessoas. As equipes foram distribuídas. As atividades serão realizadas das 8h30 às 10h.
Um dos locais será em frente ao Shopping Pantanal, na Avenida Historiador Rubens de Mendonça, a Av. do A. A blitz educativa também será levada para a Praça Ipiranga, contemplando as avenidas Prainha e Isaac Póvoas, no mesmo horário.
Outra equipe estará na Praça Cultural do bairro Pedra 90. No trevo do Santa Rosa, na avenida Miguel Sutil, também serão distribuídos os materiais educativos sobre o dia de luta contra a Exploração Sexual Infantil contra Crianças e Adolescentes. Todas as ações serão realizadas no mesmo horário, das 8h30 às 10 horas.
Outros pontos de Cuiabá também receberão as equipes como forma de massificar e ampliar a divulgação sobre o tema importante, sendo considerado crime.
A ação de conscientização da sociedade quanto à importância do envolvimento de todos no combate aos crimes como o abuso e a exploração infanto-juvenil vem sendo realizada durante todo o mês de maio com atividades de mobilização popular nas unidades dos Cras (Centros de Referência de Assistência Social), Creas (Centros de Referência Especializado em Assistência Social) e Unidades de Acolhimento para Adultos.