Depois de ser espancado, indígena enfrenta descaso no hospital 1s6340
Para denunciar o descaso com a saúde indígena, os moradores da Jaguapiru gravaram um vídeo para mostrar o estado do colega; hospital nega negligência 5j3v6n
Aos 22 anos, Jussailto Porto foi violentamente espancado, teve dentes arrancados e deixado para morrer. Antes disso, ele foi socorrido e levado gravemente ferido até o principal hospital da cidade. O alívio da dor, no entanto, não veio. Horas depois do “atendimento”, ele foi devolvido a família, ainda coberto de sangue.
A cena descrita aconteceu em Dourados – a 226 quilômetros de Campo Grande. O rapaz é da etnia Guarani-Kaiowá e mora na aldeia Jaguapiru. No domingo (4), ele voltava da cidade, mas no meio do caminho para casa, foi atacado por três homens armados. Jussailto foi espancado, teve dentes arrancados, um olho furado e sequer conseguia falar.
Depois de ser resgatado, já na segunda-feira (5), ele foi levado ao Hospital da Vida. O rapaz deu entrada na unidade por volta das 8 horas. Às 14 horas, seis após o começo do atendimento, ele foi “devolvido” na porta da casa do cacique da aldeia do mesmo jeito que estava: sujo de sangue, com a boca ferida e o olho inchado. Apenas alguns curativos tinham sido feitos.
Para denunciar o descaso com a saúde indígena, os moradores da Jaguapiru gravaram um vídeo em que mostram o estado do colega e relatam a falta de assistência ao paciente no hospital. “Olha como eles entregam o paciente, sem dente, todo machucado. Do jeito que ele foi ontem, ele voltou”, lamenta o colega que grava o vídeo.
Nas imagens, os indígenas revelam um problema social: o respeito ao direito deles a saúde como qualquer outra pessoa. “Nós tem direito a saúde também”.
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As investigações 626d1v
As agressões foram registradas na Polícia Civil nesta terça-feira (6). Testemunhas, a liderança da aldeia e até um dos autores foram até a unidade policial para prestar depoimento e detalharam não só o crime, mas também a falta de atendimento médico a vítima. Segundo o delegado Mateus Rocha, as duas situações serão apuradas.
Para a equipe de reportagem, o responsável pela investigação explicou que em relação as agressões, outras três pessoas foram identificadas como autores do crime, mas ainda não foram encontradas. O suspeito que foi até a delegacia foi ouvido e liberado, já que não estava em situação e flagrante e se apresentou voluntariamente.
Já a omissão de socorro do hospital, ainda será esclarecida. “O fato e a conduta do hospital será melhor analisada durante as investigações”. Ao decorrer do trabalha da polícia, funcionários da unidade podem ser chamados para prestar depoimento, além da entrega do prontuário médico.
O que diz o HV 4s3oc
Em nota, o Hospital da Vida negou a falta de atendimento adequado. Segundo nota enviada nesta quarta-feira, o paciente recebeu os primeiros socorros, ou por exames e foi liberado para tratamento no ambulatório da Missão Caiuá., mas piorou e precisou voltar a unidade. Agora, está internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para tratamentos das lesões.
Confira a nota na íntegra:
O paciente deu entrada no hospital da vida em 05/12/2022. vaga liberada atendendo pedido do hospital da missão Caiuá. Chegou as 00h40min. Fez diversos exames, inclusive RX e tomografia e ou por higienização, pois estava bastante machucado. Foi avaliado por especialistas, inclusive da Neurocirurgia. Estabilizado e medicado, o paciente recebeu alta na segunda para continuar tratamento no ambulatório da Missão Caiuá.
Porém, o quadro se agravou e novamente foi solicitada vaga no Hospital da Vida. Prontamente foi atendido o pedido neste segunda-feira. Neste momento, o paciente está na UTI do HV e, segundos os médicos, o quadro é considerado estável, evoluindo pra bem