Delegado-geral afirma que após ser “fechado” se sentiu no dever de parar motorista 4o2p32
A confusão em plena Avenida Mato Grosso teve tiros e terminou com a prisão de estudante de 24 anos 4a2l23
Depois da confusão de trânsito que terminou em tiros e prisão de uma estudante de 24 anos, o delegado-geral da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, Adriano Garcia Geraldo, afirmou que se sentiu no dever de alertar sobre o comportamento e por isso tentou parar a motorista. “Mas pra minha surpresa ela não correspondeu e empreendeu fuga”.

Para a reportagem o delegado-geral narrou detalhes da confusão. Na versão de Adriano, a motorista de 24 anos fechou o veículo que ele dirigia, buzinou e ainda mostrou o dedo antes de parar em um semáforo da Avenida Mato Grosso, cerca de 50 metros depois. “Entrei atrás do carro. Liguei os sinais sonoros, luminosos, identificando que se tratava de uma viatura policial. Ao abrir o sinal, iniciou um descolamento, era só olhar o retrovisor que saberia uma viatura”.
Adriano afirma que emparelhou o carro com o da jovem, se identificou como policial e deu ordem de parada a ela com a intenção de “entender o porque daquilo”. A motorista, no entanto, fugiu. Começou então a perseguição em uma das principais vias da cidade. Depois de 400 metros, o delegado consegue alcançar a “suspeita”.
“O carro estava trancado, vidros fechados, eu percebo que ela engata ré, direciona os pneus para cima de mim e acelera o carro, como se fosse para sair. Eu pulo para trás e efetuou o primeiro disparo”, narra do delegado-geral. Mesmo com o pneu furado, a jovem continuou a fuga. Duas quadras depois, ela foi novamente abordada.
“Uma nova abordagem, ela joga o carro pra cima de mim, novamente, eu efetuou novo disparo”. Ao todo, foram três tiros, todos nos pneus do Renault Kwid da jovem. Sem controle do veículo, ela ainda dirigiu em zigue-zague, chegou a subir no canteiro central e só parou quando não conseguia mais rodar. “Com três pneus atingidos, e diga-se de agem, numa ação legítima, porque eu tenho o dever, acionei o CIOPS, pedi apoio e fiz o acompanhamento tático”.
A motorista não desceu depois que parou. Ficou trancada, com as janelas fechadas, por cerca de 30 minutos antes de sair para falar com os policiais recém-chegados ao local. Durante a ação, as equipes perceberam a câmara no veículo e pediram o cartão que armazenava as imagens para, segundo Adriano, “demonstrar a legalidade da ação e os abusos por ela cometidos”
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“Para a nossa surpresa, um policial militar percebeu que ela tirou um chip da câmera e colocou na boca, até chegamos a acreditar que ela tinha engolido para ocultar probas, só essa ação fala por si, qual a necessidade de ocultar prova se a ação dela é legal e a minha ilegal?”.
Segundo o delegado-geral, ao ver a atitude da motorista se viu no dever de interceptar o carro. “Eu achei importante, estando com veículo oficial, optei por abordar para falar ‘olha, não deve fazer isso’, mas pra minha surpresa ela não correspondeu. Até esse momento, você não tem informação se o carro é produto de furto ou roubo, se a pessoa está transportando droga, se a pessoa é habilitada ou não, só consegue identificar a motivação quando consegue ouvir a parte, o que demorou bastante, porque ela não descia do veículo”.
Ao ser questionado sobre o uso da arma, o delegado-geral reforçou que agiu da maneira correta e em legítima defesa. “Se havia uma arma usada inadequadamente era o carro conduzido por aquela pessoal. Não aconteceu com um final mais trágico, graças ao preparo policial”.

O que diz a motorista? m4wp
Na versão da jovem, não houve “fechada”, como alega o delegado-geral. “Seguia pela Mato Grosso, virei na igreja à direita e parei no semáforo. Notei que um carro buzinou, porque eu afoguei o carro. Ouvi uma buzina e, impulsivamente, mostrei o ‘dedo do meio’. Daí a pessoa começou a me seguir”.
Em depoimento, a motorista alegou ainda que em momento nenhum Adriano se identificou como polícia, por isso não obedeceu a ordem de parada.“Eu fiquei com medo e falei: ‘não vou ficar aqui, eu vou embora’, porque ele não se identificou. Era só uma pessoa com arma”. Depois que desceu do carro, a estudante foi levada para a delegacia e de lá, liberada após termo.
“Eu não sabia quem era, vai que era um maluco, vai que atirava em mim. É como se eu estivesse fugindo de um bandido”. Agora ela responde aos crimes de desobediência de ordem policial e perigo para a vida de outros, crimes considerados de menor potencial ofensivo.
Reunião na Sejusp 2jen
Ao Primeira Página, o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Antonio Carlos Videira, revelou que deve se encontrar com Adriano assim que voltar de uma agenda pública marcada para esta quinta-feira (17), para conversar sobre o fato e entender melhor o que aconteceu. Os dois já se falaram por telefone e o delegado explicou sua versão sobre a perseguição.
“Já tem procedimento instaurado apurando os fatos e as circunstâncias, tem a perícia que foi requisitada e a câmera que a estudante tinha no carro que será submetida a perícia”, reforçou.
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Comentários (2) 5a601i
Esse delegado vive dando “piti”…trânsito não é com a polícia civil… poderia simplesmente ter pedido para a PM ou Agetran abordar o veículo…
Não tem condições de portar uma arma… desequilibrado, nenhum controle emocional
Esse delegado vive dando “piti”…trânsito não é com a polícia civil… poderia simplesmente ter pedido para a PM ou Agetran abordar o veículo…
Não tem condições de portar uma arma… desequilibrado, nenhum controle emocional