Defesa de Jamilzinho quer júri fora de Campo Grande 3l3n3x
Depois de conseguir a vinda do réu do RN para Campo Grande, agora advogados pedem para que o julgamento por morte sem em Três Lagoas ou Dourados z6fn
Depois de muitas idas e vindas, a defesa de Jamil Name Filho, o “Jamilzinho”, agora tenta transferir julgamento por assassinato previsto para ocorrer em Campo Grande, no próximo mês, para fora de Campo Grande.
“Jamilzinho” vai sentar no banco dos réus como o mandante da execução de Matheus Coutinho Xavier, estudante de Direito de 20 anos, que foi vítima no lugar do pai, o ex-policial Militar Paulo Roberto Teixeira Xavier, desafeto da família Name segundo as investigações da operação Omertà.

Tramita no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) o pedido de desaforamento do júri, assinado pelo ex-ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Nefi Cordeiro, e Eugênio Malavasi, criminalista de São Paulo. O objetivo é transferir a sessão para Dourados ou Três Lagoas.
O réu está preso no Presídio Federal em Mossoró (RN), desde outubro de 2019.
Desde que o julgamento foi marcado as datas tiveram alteração por três vezes. Na última delas, as datas foram suspensas até que o STJ julgasse pedido para os réus estarem presencialmente no plenário, uma vez que a previsão era de participarem por vídeoconferência.
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A alegação principal seria a parcialidade vista pelos advogados em Campo Grande, em razão da cobertura intensa da imprensa sobre o caso, “formando a opinião pública com antecipação de julgamento condenatório e repercutindo várias postagens nas redes sociais com comentários punitivos, especulativos, e enviesados para condenação”.
“Afeta a parcialidade do júri com risco à ordem pública e dúvida concreta sobre a imparcialidade do júri”. diz um trecho da petição.
Esse é o primeiro julgamento decorrente da Operação Omertà, deflagrada em 2019 contra integrantes de milícia armada suspeitos de mandar matar pessoas para se mantar no comando do jogo do bicho.
A análise do pedido vai ficar a cargo da Primeira Seção Criminal do TJMS.
Crime 65b5j
A investigação da força-tarefa de delegados responsável pelos inquéritos da Omertá aponta que a execução de Matheus teria sido encomendada pelo valor de R$ 120 mil. O ex-PM estaria na mira do grupo comandado por Jamil Name, falecido em 2020, de covid-19, na prisão. Matheus foi atingido ao retirar o carro do pai da garagem de casa.
Os bandidos não perceberam que quem estava ao volante era ele e não Paulo Roberto.
Também são acusados o ex-guarda civil metropolitano Marcelo Rios e o policial civil Vladenilson Olmedo. Ambos estão em Mossoró (RN).
Operação Omertà 686051
A ofensiva, comandada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), junto à força-tarefa de delegados da Polícia Civil, foi criada originalmente para investigar assassinados com as mesmas características em Campo Grande.
Foram quatro casos entre 2018 e 2019, incluindo a morte de Matheus Coutinho Xavier, que ficaram a cargo da equipe de delegados. A partir desses levantamentos, o escopo da operação ampliou-se, levando à prisão mais de uma centena de pessoas, parte delas já condenadas, por crimes que vão de organização criminosa, a posse ilegal de armas, extorsão e corrupção, em relação a agentes públicos de segurança.