Confusão em abordagem termina com advogados na delegacia e denúncia de violência policial 4f6n3

Uma confusão durante abordagem policial terminou com dois advogados detidos por desacato, no Bairro Pedregal, em Cuiabá, na noite dessa segunda-feira (23). Rodrigo Marinho e Márcio Carvalho foram liberados na delegacia após a chegada de uma equipe da OAB-MT (Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Mato Grosso). Eles denunciaram abuso de autoridade por parte dos policiais militares.

Conforme o boletim de ocorrência registrado pela PM, os policiais afirmam que viram um carro com os vidros escuros entrando em uma borracharia e realizaram a abordagem. No veículo, estavam, além do motorista, uma mulher, que também é da área do direito, com uma criança de colo, e um dos advogados.

Os policiais narram que o motorista estava sem os documentos do carro e pediu para que os militares fossem até a casa da mãe dele, que é dona do veículo, e tinha a documentação. A residência, no entanto, estava trancada.

“O suspeito ligou para a irmã para levar os documentos. Tempo depois, uma senhora se apresentou como irmã e disse ao suspeito que ali não seria sua casa. Nesse momento, o suspeito se referiu aos policiais dizendo que ninguém iria prender seu veículo e que não entregaria os documentos”, relata o boletim.

O registro policial afirma que advogado teria xingado os militares e afirmou que eles poderiam prendê-lo. Em seguida, um segundo advogado se aproximou, estacionou o carro na contramão e disse que acompanharia a ocorrência.

“O 2º sargento disse que ele poderia acompanhar, mas que, primeiro, tirasse o carro da contramão, que estava obstruindo a agem de outros veículos. O mesmo respondeu que não tiraria nada, pois estava em serviço e que poderia chamar a Semob para guinchar”, explica a polícia.

Ainda de acordo com a PM, os advogados teriam desacatado a equipe e que, por isso, foi dado voz de prisão e um deles teria resistido.

Denúncia de violência 176c2g

Representantes da OAB-MT gravaram um vídeo na frente da delegacia e afirmaram que os advogados estavam atendendo clientes quando foram presos e levados para a Central de Flagrantes do Verdão.

“Mostramos ao delegado a arbitrariedade da condução da Polícia Militar. O delegado disse que não vai lavrar nenhum procedimento contra os advogados. Eles não praticaram nenhum crime. Pegaremos agora as imagens que temos e levaremos à Corregedoria da PM para cobrar, de maneira firme, providências sobre esse caso”, disse o advogado e Conselheiro Federal da OAB-MT, Ulisses Rabaneda.

O presidente do Tribunal de Defesa das Prerrogativas e secretário-adjunto nacional da Defesa da Advocacia, André Stumpf, informou que vai entrar com as representações, com todos os vídeos e protocolaremos as representações junto à Corregedoria.

Além disso, a entidade vai entrar com representações nas frentes civil, criminal e istrativa.

“Já estamos recolhendo documentos e depoimentos para pedir junto à Vara Militar o afastamento imediato da rua desses policiais militares”, disse Stumpf.

Outro lado 31e

A reportagem entrou em contato com a Polícia Militar para saber se houve denúncia formal na Corregedoria, mas não obteve resposta até o fechamento da matéria.