Comandante diz que fiscalização não é apenas dever da PM 1t6c57

Caso ganhou repercussão nacional e vem sendo discutido sobre a falta de preparo policial, que não conseguiu imobilizar e prender o jovem 6h452x

O comandante-geral da Polícia Militar de Mato Grosso, coronel Alexandre Corrêa Mendes, publicou uma carta aberta na noite desse domingo (5) sobre a morte de Diego Kaliniski, de 26 anos, em Vera, a 486 km de Cuiabá, por policiais. Ele disse que a fiscalização do local não é apenas responsabilidade da PM e chamou a atenção “sobre o excesso de álcool, da regulação das festas e da boa educação”.

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Comandante da PM fez carta aberta sobre caso em Vera. (Foto: Reprodução)

O caso ocorreu na madrugada de domingo (5), no município, quando Diego reagiu a abordagem de dois policias militares no meio da rua. O jovem chegou a agrediu com um soco um dos policiais. Em seguida, os PMs fazem disparos contra ele, que caiu no chão e morre ainda no local.

“Precisamos falar sobre a ação policial sim, e para tal um inquérito está em andamento. Mas precisamos falar também sobre a crise de autoridade que permite um jovem esmurrar um policial a fim de evitar ser conduzido. Precisamos falar também sobre o excesso de álcool, da regulação das festas e da boa educação que precede e previne o comportamento delituoso”, diz o comandante em nota publicada na noite de domingo.

O caso ganhou repercussão nacional e vem sendo discutido sobre a falta de preparo policial, que não conseguiu imobilizar e prender o jovem. O assunto entrou nos trends topics do Twitter, com mais de 50 mil comentários sobre os termos “policial” e “desarmado”.

Na carta, o comandante reforça que no local houve “com relevo neste caso, sobre ausência de fiscalização e proibição de eventos regados a álcool em locais públicos; verdadeiro combustível para a quebra da ordem”. Os policiais foram afastados do cargo e uma investigação está em andamento.

Para a família, a opção feita pela PM foi da morte de Diogo. “A polícia tinha meios não letais para imobilizar. Eles escolheram ass meu primo”, disse Jessica Vasconcelos, prima da vítima.

A Prefeitura de Vera foi procurada para se posicionar sobre a falta de fiscalização do ambiente. Por nota, informou que “esclarece ainda que a segurança pública é de responsabilidade da Policia Militar, sobretudo em espaços públicos de livre o, como foi o caso, e, assim como toda a sociedade Verense, espera que os fatos sejam esclarecidos pelas autoridades competentes, e os responsáveis sejam exemplarmente punidos e, que tragédias como essa, jamais voltem a ocorrer em nossa cidade.”

Leia carta aberta na íntegra 176j1o

Perante a realidade policial soam frágeis todas as opiniões, especialmente as ionais, ditas a quente. Convocar a técnica policial para provar que uma vida humana pode ser ceifada, legalmente, não justifica o tamanho da perda, e como pais e mães nessas goras, resta-nos a dor pelos familiares e o pasmo da comunidade ordeira de Vera.

Precisamos falar sobre a ação policial sim, e para tal um inquérito está em andamento. Mas precisamos falar também sobre a crise de autoridade que permite um jovem esmurrar um policial a fim de evitar ser conduzido. Precisamos falar também sobre o excesso de álcool, da regulação das festas e da boa educação que precede e previne o comportamento delituoso.

Precisamos falar ainda, com relevo neste caso, sobre ausência de fiscalização e proibição de eventos regados a álcool em locais públicos; verdadeiro combustível para a quebra da ordem.

Poucos sabem mas não é apenas a PM a deter o “poder de polícia” para evitar males como esse. Regulação; fiscalização; notificação e embargo, são palavras ali… e evitam tragédias.

Pois, diante de fatos complexos não podemos dar respostas simples, do tipo “certo” ou “errado, colocando em xeque quem chega para resolver.

Perdemos todos com a perda de uma vida. Nenhum policial sai de casa com esse propósito, embora consciente dessa possibilidade quando técnica. Nenhum jovem sai para se divertir para não retornar.

Todas as providência foram e estão sendo tomadas para que familiares e a tropa em questão não tenham ainda mais traumas a digerir, refletir e, por fim, lhes sobreviver… porque assim a vida pede.

A sabedoria veda o juízo precipitado, eximindo de responsabilidade ou culpando quem quer que seja. Para isso já temos o inflamado tribunal midiático.

Respeitemos, contudo, a gravidade dos fatos com ações enérgicas de modo que situações trágicas como ocorrida em Vera amais se repitam em nosso Estado. Sobretudo que todos os nuances sejam esclarecidos em respeito à sociedade verense que tão bem acolhe o trabalho policial.

Alexandre Corrêa Mendes – Cel PM
Comandante-Geral da PMMT

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