“Chegou deformada”: mãe diz que filha morta por PM em Cuiabá foi espancada 245yf
De acordo com Noemi Daniel, Gabrieli teve a cabeça e maxilar quebrado, cortes nos braços e o cabelo cortado. 3s1r71
A mãe de Gabrieli Daniel de Moraes, de 31 anos, morta a tiros pelo próprio marido, no último domingo (25), em Cuiabá, fez um desabafo emocionado em áudio que o Primeira Página teve o. De acordo com Noemi Daniel, a filha foi tortura e espancada pelo policial militar Ricker Maximiano de Moraes, de 35 anos.

“Ele espancou a minha filha de uma tal maneira, uma crueldade tão grande que nem um animal merece ar por isso”, disse Noemi.
Segundo ela, Gabrieli teve a cabeça e maxilar quebrado, cortes nos braços e o cabelo cortado.
“Quando a gente abriu o caixão e viu ela, a revolta foi muito grande. A minha filha chegou deformada, não deu nem para reconhecer. Cortaram até o cabelo dela, que era lindo. Ela era uma menina boa, ‘trabalhadeira’, cuidava dos filhos, estudava”, relatou a mãe.
Sonho interrompido 3e3re
Gabrieli cursava o último semestre do curso de Enfermagem e estava organizando a formatura prevista para agosto. A mãe conta que a filha cuidava de tudo em casa, inclusive ando roupas para o companheiro, a quem chamava de “animal” e “monstro” ao descrever o crime.

“Esse animal só vestia uma roupa ada, que ela deixava toda arrumadinha. Por que tanta crueldade no ser humano? Eu não consigo acreditar”, desabafou.
O áudio foi compartilhado pela deputada Gisela Simona (UB).
Investigação 165146
O crime ocorreu na casa do casal, na Rua Paraju, onde vizinhos ouviram disparos. Segundo testemunhas, o policial saiu do local fardado e com uma criança no colo, supostamente filha do casal. Gabrieli foi encontrada já sem vida, e a Polícia Militar e o Samu foram acionados.
Ricker se entregou à polícia ainda no domingo e foi autuado em flagrante. Durante o interrogatório, afirmou: “Foi uma fatalidade, uma tragédia. Estraguei a minha família.”
Ele preferiu não responder às perguntas, dizendo não estar em condições emocionais. O PM já responde a um processo por tentativa de homicídio e aguarda julgamento em Cuiabá.
A Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) está à frente das investigações. Noemi pede que o acusado nunca mais tenha contato com os filhos. “Esse monstro tem que estar jogado dentro de uma cela e jogar a chave fora”, afirmou.
“Se a justiça da Terra falhar, eu tenho certeza que a de Deus não vai. Ele vai pagar por tudo que fez”, concluiu a mãe.