Celular na cadeia: delegados que cumprem pena tiveram de mudar de prisão depois de flagrante 2z15g
O aparelho foi encontrado na cela de Eder e de Fernando em setembro do ano ado 33r14
A apreensão de celulares nos presídios de Mato Grosso do Sul não é novidade para ninguém. Mas burlar a lei não é exclusividade dos internos as unidades prisionais do Estado. Nas celas da 3ª Delegacia de Polícia Civil de Campo Grande, que abrigam em sua maioria servidores da própria segurança pública que cometeram crimes, a apreensão de celular também é alvo de investigação.

O fato aconteceu em setembro do ano ado. Em uma fiscalização de rotina os investigadores da unidade policial encontraram o aparelho dentro da cela em que estavam dois delegados: Fernando Araújo da Cruz Júnior e Eder Oliveira Moraes. Ambos são condenados, Fernando por assassinato e Eder por furto de cocaína de uma delegacia e ainda por estupro de vulnerável.
Conforme apurado pela reportagem, o celular estava na mala de Eder, ex-delegado de Aquidauana. Ele está preso desde 2019, quando, conforme a condenação, participou do furto de 100 quilos de cocaína de dentro da delegacia em que era titular, em Aquidauana. O crime foi investigado pela Corregedoria da Polícia Civil e desencadeou operação que prendeu também uma advogada envolvida no esquema.
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Apesar de ir para a cadeia apenas depois do furto da droga, Eder já era investigado em outros crimes, como peculato, enriquecimento ilícito e até estupro. O último crime consequência da denúncia de dois adolescentes que afirmaram terem sido abusados pelo delegado dentro da Delegacia de Polícia Civil de Rio Verde, em 2016.
Pela infração criminal, foi condenado a 21 anos de prisão. Mesmo com as acusações contra ele, aposentou como delegado de polícia, com um salário bruto de mais de R$ 29 mil. Em março do ano ado foi oficialmente demitido da instituição. Isso não foi suficiente para deixar de receber do estado.
Em janeiro deste ano ganhou um processo contra o Estado de Mato Grosso do Sul para receber indenização de R$ 177 mil pela época em que respondeu cumulativamente pelo expediente das Delegacias de Polícia de Rio Negro, Aquidauana, DEAM de Aquidauana e Delegacia Regional de Aquidauana. A maior parte dos processos do delegado ainda estão sendo analisados pela justiça.
Morte em ambulância 3z14s
Companheiro de cela de Eder, Fernando Araújo também é investigado pelo achado do aparelho celular. Ex-delegado da Delegacia de Atendimento à Infância, Juventude e Idoso de Corumbá, foi condenado a 20 anos e 10 meses de reclusão e ainda seis meses de detenção pelo assassinato do boliviano Alfredo Rengel, de 48 anos.
O crime ocorreu no dia 23 de fevereiro de 2019. O boliviano foi assassinado a tiros dentro de ambulância a caminho de hospital de Corumbá, na rodovia ligando a cidade brasileira a Puerto Quijarro, no país vizinho. Ele havia sido esfaqueado minutos antes em uma festa na Bolívia. Fernando, segundo testemunhas, foi o autor dos dois crimes.
O que diz a Polícia Civil 362no
Desde a apreensão do celular, os dois delegados são alvo de um inquérito interno na Polícia Civil. Em nota, a instituição informou a reportagem que está apurando o caso como o crime previsto no artigo 349-A, do Código Penal Brasileiro: “ingressar, promover, intermediar, auxiliar ou facilitar a entrada de aparelho telefônico de comunicação móvel, de rádio ou similar, sem autorização legal, em estabelecimento prisional”.
Além dos dois delegados, uma terceira pessoa estava na cela é também é investigada. Hoje, nem Eder, nem Fernando, estão mais na 3ª Delegacia de Polícia Civil. O ex-delegado de Aquidauana cumpre pena do Centro de Triagem de Anísio Lima e o ex-delegado de Corumbá no Presídio de Trânsito de Campo Grande – ambos no complexo penal do Jardim Noroeste.
A reportagem tentou contato com a defesa dos dois envolvidos, mas não obteve resposta.
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