'Catrapo' e 'The Fallen': operações da PF miram suspeitos de tráfico internacional de drogas 6u294j
Líder do grupo, segundo a PF, é um ex-major da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, que foi preso em junho. 2x4i6p
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quarta-feira (6) duas operações, Catrapo e The Fallen, contra uma organização criminosa de tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro e contrabando. São cumpridos mandados de busca e apreensão e de prisão temporária. O líder do grupo, segundo a PF, é Sérgio Roberto de Carvalho, um ex-major da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, que foi preso em junho na Hungria.

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De acordo com a Polícia Federal, os investigados usavam aviões com prefixo adulterado para transportar cocaína comprada no Peru e na Bolívia até a Europa, tendo Mato Grosso como rota. Durante as investigações, foram interceptadas duas toneladas da droga e identificados R$ 40 milhões em patrimônio.
A Operação Catrapo cumpre 28 mandados de busca e 13 de prisão temporária em Mato Grosso (nos municípios de Cuiabá, Poconé, Várzea Grande e Aripuanã), São Paulo, Pará, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Amazonas, Paraná, Rondônia e Tocantins.
“A quadrilha investigada trazia do exterior aviões e, chegando ao território nacional, fazia a adulteração dos prefixos das aeronaves. Elas eram utilizadas para buscar droga na Bolívia e no Peru com destino principalmente à Europa. Para isso, eles cruzavam cerca de 10 estados do território nacional”, disse o superintendente da PF em Mato Grosso, Sérgio Sadão Mori.
Todos os mandados referentes à operação Catrapo foram expedidos pela 5ª Seção Judiciária de Mato Grosso.
Os investigados usavam aeroportos particulares em Mato Grosso e de fazendas no interior do estado para guardar a cocaína, e chegaram a ter três aviões com o mesmo prefixo.
“Essa organização se aproveitava da estrutura de aviação privada existente em Mato Grosso, assim como de fazendas localizadas no interior do estado e utilizavam para guarda e armazenagem da substância ilícita, proveniente dos estados vizinhos”, explicou Jorge Vinicius Gobira Nunes, delegado regional de Combate ao Crime Organizado da PF em Mato Grosso.
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Já as investigações da Operação The Fallen começaram em 2020, após a importação suspeita de peças de aeronaves portuguesas feita por uma empresa de Recife (PE). Os itens entraram no Brasil pelo porto de Itajaí (SC).
A apuração da PF, feita em parceria com a Receita Federal e a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) constatou um esquema de contrabando de peças de aeronaves para o país a fim de serem usadas por narcotraficantes em atuação na fronteira.
O grupo também fazia lavagem de dinheiro, usando empresas de fachada para movimentar dinheiro em território nacional, e empresas com sede no exterior para viabilizar a compra de aviões fora do Brasil. Essas aeronaves serviam tanto para os investigados quanto para outras organizações criminosas.
Ao todo, na operação The Fallen, são cumpridos 21 mandados de buscas e seis de prisão preventiva, todos expedidos pela Justiça Federal de Pernambuco, nos estados de Pernambuco, São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Bahia.
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Ex-major da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul, Sérgio Roberto de Carvalho, conhecido como Major Carvalho, foi preso no mês ado. O traficante é chamado de “Escobar brasileiro” na Europa. Ele ou anos foragido e chegou a forjar a própria morte com um atestado falso assinado por um médico de Málaga.
Carvalho seria o chefe de uma organização criminosa especializada no tráfico de drogas marítimo, terrestre e aéreo para Portugal, Espanha, Itália, Bélgica, Holanda e Alemanha, cuidando tanto do contato com os fornecedores, como do recebimento seguro das cargas.
Ele também é apontado como envolvido na compra de embarcações pesqueiras, aeronaves, criação fictícia de empresa em nome de terceiros, no uso de documentos falsos e na ocultação de bens. Tudo para garantir os “negócios ilegais”, sem chamar a atenção das autoridades.