Bar completa 1 mês fechado após chacina em Sinop 1r5y4h
Família devolveu imóvel ao locatário, que não pretende reabrir o estabelecimento. Assassinatos aconteceram depois que Edgar, preso, e Ezequias, morto em confronto com a polícia, perderam partidas em jogo de sinuca a dinheiro. 1m2k50
O bar onde aconteceu uma chacina em Sinop, a 503 km de Cuiabá, permanece fechado. O imóvel foi devolvido ao proprietário, segundo a família que alugava o estabelecimento. O crime, que matou sete pessoas — entre elas, uma adolescente de 12 anos — e aconteceu depois que os dois atiradores perderam partidas de sinuca a dinheiro, completou um mês nesta terça-feira (21).

Uma pessoa ligada à família do dono do antigo estabelecimento, que preferiu não ser identificada, contou à reportagem que o local não irá mais funcionar como um bar. Há planos, segundo ela, de que o espaço vire um conjunto de quitinetes.
O local era considerado um dos bares mais antigos do Bairro Residencial Lisboa. Há 10 anos, Maciel Bruno de Andrade Costa, de 35 anos, vindo do Maranhão, resolveu alugar o imóvel.
Ano após ano, o empreendimento, que começou na varanda da casa, foi sendo expandido até se tornar um estabelecimento conhecido no município pelas competições de sinuca. O esporte era uma das especialidades do proprietário do bar.
Autores do crime vlo
Um dos autores do crime, Edgar Ricardo de Oliveira, de 30 anos, se entregou à polícia e permanece preso na Penitenciário Central do Estado (PCE). A polícia o indiciou na quinta-feira (16) por homicídio qualificado, motivo torpe, motivo fútil, recurso que impossibilitou defesa das vítimas, tentativa de homicídio, roubo, furto e posse irregular de arma de fogo adulterada.

Já o Ministério Público de Mato Grosso (MPE) informou que recebeu o inquérito na sexta-feira (17) e tem até cinco dias para oferecer a denúncia à Justiça.
O advogado Marcos Vinícius Borges, que representa Edgar, apontou que o inquérito policial apresentou diversas “falhas técnicas” que devem ser esclarecidos antes da denúncia a ser apresentada pelo MPE. De acordo com o advogado, foram tipificados crimes que não se sustentam.
Edgar tinha registro como CAC, grupo formado por caçadores esportivos, atiradores e colecionadores. O Exército cancelou o certificado dele, após o crime. A Federação de Tiro de Mato Grosso (FTMT) informou, na época, que ele foi desligado da organização por ausência.
Já o comparsa dele, Ezequias Souza Ribeiro, de 27 anos, morreu em confronto com o Batalhão de Operações Especiais (Bope), durante a operação que buscava pelos autores do crime.
Relembre o caso 2i634h
Depois de perder diversas partidas de sinuca a dinheiro, Edgar retornou ao bar à tarde, junto com Ezequias e jogaram mais algumas partidas contra Getúlio Rodrigues Frasão Júnior, de 36 anos. Após mais uma derrota, eles mataram as sete pessoas no local, incluindo a filha do adversário, de 12 anos. Ela tentou correr, mas foi atingida nas costas.

As imagens registradas pelas câmeras de segurança mostram o momento em que Ezequias, com uma pistola, manda que as vítimas fiquem de costas, viradas para a parede. Enquanto isso, Edgar pega uma espingarda calibre 12 mm na caminhonete e chega atirando. Algumas vítimas tentam correr e são atingidas já fora do bar.
Após a execução, os homens pegam o dinheiro que está em uma das mesas de sinuca e outros objetos pelo bar e fogem na caminhonete que estava estacionada em frente ao bar.
Além dos suspeitos, nove pessoas estavam no local. Seis morreram no bar e um homem foi socorrido em estado grave pelo Corpo de Bombeiros, mas pouco depois morreu no hospital.

As vítimas são: 581q1a
Larissa Frasao de Almeida, de 12 anos (filha de Getúlio, que também foi morto, e de Raquel Gomes de Almeida, que sobreveu à chacina)
Getúlio Rodrigues Frasão Júnior, de 36 anos (pai de Larissa e marido de Raquel Gomes de Almeida, que sobreveu à chacina)
Orisberto Pereira Sousa, de 38 anos
Adriano Balbinote, de 46 anos
Josué Ramos Tenório, de 48 anos
Maciel Bruno de Andrade Costa, de 35 anos, dono do bar
Elizeu Santos da Silva, de 47 anos
Além de Raquel, Luiz Carlos Souza Barbosa, que é sobrinho de Getúlio, também sobreviveu.

Uma força-tarefa foi mobilizada envolvendo o Batalhão de Operações Especiais (Bope). Segundo a Polícia Militar, Ezequias morreu em confronto com os policiais do Bope. Já Edgar se entregou à Polícia Civil e permanece preso.
Cronologia do crime i1w35
O suspeito Edgar e a vítima Getúlio combinaram, dias antes, de jogar sinuca, a dinheiro, no bar onde o crime aconteceu.
Na manhã de 21 de fevereiro, os dois iniciaram as apostas. Edgar perdeu cerca de R$ 4 mil e foi para casa.
Getúlio continuou no bar, junto com a esposa e a filha, onde almoçaram e ficaram conversando com amigos.
Durante a tarde, Edgar voltou na companhia de Ezequias e desafiaram Getúlio novamente.
O clima no local era tranquilo e não houve discussão ou qualquer outra desavença, segundo testemunhas relataram ao delegado.
A dupla perdeu mais partidas para Getúlio. Edgar fica revoltado, joga o taco de sinuca na mesa, dá um sinal para Ezequias, que rende todas as pessoas, enquanto o comparsa pega uma espingarda no carro.
Ezequias dá um tiro em Bruno, dono do bar, e depois um tiro pelas costas do Getúlio, que cai, e recebe mais dois disparos na cabeça.
Enquanto isso, Edgar dispara nas outras vítimas que estavam no local.
Três pessoas correm para fora do bar, entre elas a adolescente. Ela e outra vítima são atingidas pelas costas. A outra pessoa é Luiz Carlos, que sobrevive.
Após a execução, os homens pegam o dinheiro que está em uma das mesas de sinuca e outros objetos pelo bar e fogem em uma caminhonete que estava estacionada em frente ao local.
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