Afastado há 7 meses, juiz investigado pelo CNJ tem R$ 30 milhões bloqueados pela PF 4fh1t
Ivan Lúcio Amarante, da 2ª Vara de Vila Rica, teve bens bloqueados por decisão do STF durante a 8ª fase da Operação Sisamnes 5l6e43
O juiz Ivan Lúcio Amarante, da 2ª Vara de Vila Rica (MT), alvo da Polícia Federal nesta quinta-feira (29), já estava sendo investigado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por suspeita de venda de sentenças. Ele foi afastado do cargo em outubro do ano ado, por decisão do CNJ, que também instaurou processo istrativo disciplinar nessa terça-feira (27).
Na 8ª fase da Operação Sisamnes, a PF cumpriu três mandados de busca e apreensão em Mato Grosso, além do bloqueio de bens e valores estimados em R$ 30 milhões, a proibição de saída do país e a apreensão do aporte do magistrado.
Um dos mandados de busca e apreensão foi cumprido em Cuiabá, no edifício Pantanal 3, onde mora a ex-mulher do juiz Ivan Lúcio Amarante.

As investigações apontam que o juiz e o advogado Roberto Zampieri mantinham uma relação de subserviência e influência direta, com Zampieri supostamente indicando decisões que o juiz deveria proferir e quais teses jurídicas deveria adotar.
As investigações apontam que o esquema criminoso envolve o pagamento de propinas milionárias em troca de decisões judiciais, com lavagem de dinheiro por meio de empresas de fachada e terceiros. A PF busca aprofundar a apuração sobre como os pagamentos eram dissimulados e a participação de outros envolvidos.
A investigação teve início após a morte do advogado Roberto Zampieri, assassinado com 11 tiros em dezembro de 2023, em Cuiabá. Uma câmera de segurança registrou o momento em que Zampieri foi abordado por um homem de boné, que atirou pela janela do carro. O atirador esperou cerca de uma hora até a vítima sair do escritório.

O outro lado 264x4l
O Primeira Página tenta localizar a defesa do juiz investigado e aguarda um posicionamento do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).
Outros magistrados 3y2f8
Em agosto de 2024, o CNJ já havia determinado o afastamento de dois desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho, também suspeitos de envolvimento na venda de sentenças em favor de Zampieri. Ambos aram a usar tornozeleiras eletrônicas por determinação judicial.
Segundo o CNJ, além da relação de amizade próxima com Zampieri, os desembargadores também teriam participado de um esquema organizado de venda de decisões judiciais para outros advogados.

7ª fase da Operação Sisamnes: espionagem, assassinatos sob encomenda e esquema com garotas de programa
Na quarta-feira (28), a Polícia Federal já havia deflagrado a 7ª fase da Operação Sisamnes, com ações em São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso. O foco dessa fase foi o grupo investigado pela morte de Zampieri, descrito como uma organização criminosa especializada em espionagem e assassinatos por encomenda.
As investigações revelaram que o grupo usava garotas de programa para atrair as vítimas e operava com uma tabela de preços para assassinatos, que variava de acordo com o perfil dos alvos.