Saúde Mental 324e6b

TOD – Quando a birra destrói o encanto da criança n3v27

Transtorno opositor desafiador é caracterizado por irritação, raiva, desobediência, com dificuldade de seguir regras e obedecer a figuras de autoridade 6z1l6w

João Guilherme contava 11 anos de idade, quando foi levado a um psicólogo com a queixa de desobediência excessiva aos pais e aos professores. A mãe já estava incomodada com tantos chamados à escola, sempre por desacato aos professores, à coordenação e à direção do estabelecimento.

Marcos Estevão fala sobre TOD – Transtorno Opositor Desafiador

Certa vez o chamado foi devido à agressão contra um coleguinha de classe, porque este o teria chamado de menino maluquinho e lhe pediu para ficar quieto durante a aula. Na hora do recreio, João Guilherme empurrou o colega sobre um monte de folhas e lixo amontoados num canto do pátio da escola, que estava sendo recolhido por um funcionário do colégio. Não satisfeito, adentrou a sala de aula e rabiscou e rasgou o caderno de apontamentos do colega. Por isso, quase foi expulso, mas lhe deram outra chance, trocando-o de sala e de turno de estudo.

Mesmo com todo o ocorrido, João Guilherme permanecia com o mesmo comportamento, sempre agressivo, não aceitando regras, nem orientações de mais velhos ou de qualquer pessoa que se pusesse superior a ele, inclusive de seu psicólogo.

A raiva era sua principal companheira. Não tinha qualquer tolerância a tudo que julgava contrário à sua vontade, questionava as orientações das pessoas e chegava a desafiá-las, sempre com um Não bem contundente. Havia sempre um propósito de vingança quando se sentia agredido ou contestado.

O garoto não ia bem na escola, mais por desinteresse do que por dificuldade de aprendizagem. Além dos prejuízos escolares, havia também problemas em casa, visto que o comportamento do menino desestruturava a família toda. Mãe contava que desde os sete anos de idade, ele negava-se a tomar banho, sendo levado à força ao banheiro, mas nesse momento chorava e chutava sua genitora. Fazia o mesmo quando era cobrado a realizar as tarefas escolares ou sentar-se à mesa na hora estipulada às refeições, ou ainda para deitar-se na hora certa de dormir.

Seu psicólogo, depois de tentar um ano de psicoterapia como único tratamento, resolveu encaminhá-lo a um psiquiatra da infância e adolescência para um trabalho conjunto. E assim foi feito um tratamento integrado, com medicamentos e psicoterapia, além de e familiar e escolar.

O TOD (transtorno opositor desafiador) trata-se de um padrão de comportamento infantil que se manifesta em todos os ambientes de convivência da criança, caracterizado por irritação, raiva, desobediência, com dificuldade de seguir regras e obedecer a figuras de autoridade, como pais e professores. Geralmente são crianças teimosas e desafiadoras, com constantes reações de birra e choro e dificuldade de controlar seus impulsos agressivos. Há tendência à vingança quando contrariadas ou quando se sentem agredidas.

Sabe-se que fatores genéticos e ambientais podem contribuir para o aparecimento do problema, que geralmente tem início entre os seis e doze anos de idade, acometendo mais os meninos do que as meninas.

O tratamento deve ser iniciado o mais precocemente possível, por meio de psicoterapia, medicação e e familiar e escolar. Há necessidade de utilizar-se reforço positivo e negativo, sempre com paciência e compreensão do problema por parte dos pais e mestres. É importante ainda a orientação pedagógica visando a um melhor manejo desses casos, assim como a psicoterapia familiar.

O tratamento integrado (psiquiátrico e psicológico) e o e familiar e escolar, oferecidos a João Guilherme, têm lhe proporcionado um comportamento menos agressivo e mais tolerante, com aprovações escolares, ainda que não tenha se tornado um aluno entre os melhores da classe.

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Este conteúdo reflete, apenas, a opinião do colunista Saúde Mental, e não configura o pensamento editorial do Primeira Página.

Comentários (1) 1j10k

  • Silvania

    Minha filha vai fazer 4 anos. E estamos com situações assim. Se vc contrária ela, sai quebrando tudo, mesmo repreendendo, chamando atenção, deixando de castigo, não funciona. Ela arranha a gente… ainda estamos investigando. A primeiro momento achávamos que era Autismo. Mas duas médicas já descartaram.

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