Setembro Amarelo – uma campanha de mãos dadas com a vida! O Suicídio - Prevenção e Posvenção 722p4u
Pelo sim, pelo não, o importante é acreditar no que expressam e oferecer a disposição de escutá-los. 5b6qk
Já falamos anteriormente que é possível conseguir detectar o risco, sem que tenhamos certeza de quem irá efetivar o ato suicida, ou seja prevemos o risco, porém não o suicídio em si.

Independente disso, precisamos acolher e escutar todos aqueles que desejarem falar de seus sofrimentos e estimular todos os outros que tiverem dificuldade para fazê-lo, dando crédito a tudo que digam, sem imaginar que se trate de simulação ou de simples ameaça autodestrutiva, como forma de chamar a atenção. Isso até acontece, mas o usual é que seja verdadeiro, não uma chamada de atenção e sim um pedido de ajuda.
Pelo sim, pelo não, o importante é acreditar no que expressam e oferecer a disposição de escutá-los. Para isso, devemos nos mostrar íveis, assim como lutar para melhorar o o às unidades públicas e privadas de assistência à saúde, mais especificamente à saúde mental. Desta maneira, conseguiremos tratar os transtornos mentais, muitas vezes com demanda reprimida.
A atenção precisa ser maior, quando além da ideia de morte, já existem planos para acabar com a vida. Muitas vezes, quando o risco é alto a internação psiquiátrica se faz necessária.
Deve-se ter preocupação com possíveis meios de fácil o ao doente, como medicamentos, álcool, drogas de abuso, venenos, armas brancas, armas de fogo, locais altos de residência, etc. As doenças mentais devem estar adequadamente tratadas e as famílias devidamente orientadas, quanto à observação diuturna de seus membros doentes.
Uma vez consumado o suicídio, estima-se que 60 pessoas inseridas na intimidade da vítima são afetadas e se põem em situação de luto do suicídio. Daí, a necessidade de posvenção para diminuir o sofrimento de parentes e amigos, trabalhando-se a culpa que estes carregam ou projetam em terceiros, ainda que essa culpa não exista.
Essas seis dezenas de pessoas são chamadas de sobreviventes do suicídio, cujo grau de sofrimento é maior, quanto maior é sua proximidade e vínculo afetivo com aquele que tirou a própria vida.
Já vimos antes que é necessário quebrar os tabus e falar sobre o assunto. Precisamos tratar os doentes, a psiquiatria e a psicologia são essenciais neste processo. O uso de medicamentos psiquiátricos é importante.
Quando necessário, devemos lançar mão de medidas terapêuticas reconhecidas mundialmente e com grande indicação nos riscos de suicídio, como a eletroconvulsoterapia. Proceder a internação, quando necessário, pode salvar uma vida. Orientar familiares e amigos e nos tornar íveis ao paciente e mostrar disponibilidade para escutá-lo e conversar sobre o assunto são atitudes que diminuem o risco de atos contra a própria vida.
Além das unidades de saúde, há ainda o Centro de Valorização da Vida (CVV), através do número 188 ou do site cvv.org.br, 24 horas por dia, de domingo a domingo, sem pausas, para apoio emocional, sigiloso e gratuito.
As frentes são muitas, mas a doença é traiçoeira, precisamos unir forças e propiciar a construção de uma rede protetora da vida, e que façam parte desta rede os profissionais de saúde mental, a família e os amigos daquele que pensa em tirar a própria vida, mas que no fundo, só quer desalojar o sofrimento que está morando dentro do seu peito.
Tanto ele, quanto todos nós, temos nossa parcela de responsabilidade na elaboração do programa, assim como na sua execução. O resultado desta campanha vamos estar vendo ano após ano.