Desde o começo deste mês de julho, Campo Grande está com menos leitos para internação de pacientes psiquiátricos pelo SUS (Sistema Único de Saúde). É que a Santa Casa de Campo Grande, alegando falta de recurso, desativou o setor.
Como solução, a prefeitura de Campo Grande estuda remanejar as vagas para a Maternidade das Moreninhas, que está sem utilização.
Mão de paciente na Santa Casa de Campo Grande. (Foto: Divulgação)
Segundo William Lemos, diretor técnico da Santa Casa, desde 7 de dezembro do ano ado o hospital está sem contrato com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) e sem recurso financeiro para a manutenção dos leitos da UAPS (Unidade de Atenção Psicossocial).
“A contar desta data, rotineiramente estabelecemos contato com o Poder Público para regularizar o Serviço de Psiquiatria e continuar a oferecer atendimento à população. Essas tratativas duraram aproximadamente 8 meses, e não obtivemos resultado. Vale destacar que, durante todo esse tempo, a Santa Casa manteve o setor funcionando normalmente, sem o pagamento pelos serviços. O custo do setor, envolvendo o pagamento de profissionais, insumos e tratamentos, gira em torno de 200 mil reais por mês”, destaca no comunicado.
O direto-técnico pontua que o dinheiro não era exclusivo da psiquiatria, e sim, “e sim a verba de custeio do hospital como um todo”. “Uma vez depositado no Fundo Municipal de Saúde, a Sesau ou a tentar utilizar o valor para custear um serviço que era de sua responsabilidade”, ressalta.
De acordo com a nota, o hospital não tem condições financeiras de manter os leitos psiquiátricos.
“Desde abril deste ano, vários ofícios foram enviados, inclusive ao Ministério Público Estadual (MPE), informando a respeito dessa irregularidade, porém, não chegamos a uma resolução para esse ime. O fechamento do serviço foi a única saída que tivemospara continuar equilibrando nosso orçamento e atendendo aos demais serviços que de fato são habilitados em nossa instituição”, finaliza o diretor técnico.
O que diz a Sesau 514g3b
A Sesau informou à reportagem que, somente na rede municipal, há 101 leitos para atendimentos de pacientes com problemas psiquiátricos ou usuários de álcool e drogas.
Esses mais de 100 leitos estão, segundo a Sesau, em Caps (Centros de Atenção Psicossocial), residências terapêuticas e unidades de acolhimento. A secretaria destaca que há “possibilidade de utilizar a estrutura para implementar leitos de atendimento psiquiátrico na maternidade das Moreninhas”.
“Além da estrutura própria, o município conta com 12 leitos contratualizados no Hospital Regional para atendimento de pacientes álcool e droga, e 27 no Hospital Nosso Lar para atendimento de pacientes com transtornos psiquiátricos. Também tem dez vagas na Santa Casa”, complementam por meio de nota.
A Sesau esclarece ainda que não tem fila de psiquiatria, “porque os casos que chegam são de urgência. E é bem rotativo”.
FALE COM O PP 1318p
Para falar com a redação do Primeira Página em Mato Grosso do Sul, mande uma mensagem pelo WhatsApp. Curta o nosso Facebook e nos siga no Instagram.