Há sempre uma luz no caminho 2e2l6s
Parecia andar sem rumo, visivelmente absorto, e não via nada, não ouvia nada, exceto seu próprio pensamento: sou um peso para todos à minha volta; o que fiz da minha vida, se não consegui concretizar meus sonhos, se não sou hoje um bom exemplo de pai e marido? João andava a esmo nas ruas do […] 556s1y
Parecia andar sem rumo, visivelmente absorto, e não via nada, não ouvia nada, exceto seu próprio pensamento: sou um peso para todos à minha volta; o que fiz da minha vida, se não consegui concretizar meus sonhos, se não sou hoje um bom exemplo de pai e marido?
João andava a esmo nas ruas do centro da cidade, conversando com seus próprios botões, apenas assuntos negativos, como a falta de perspectivas futuras; inferiorizava-se em relação a outras pessoas; nada mais lhe parecia bom, nem o que para ele já havia sido muito prazeroso. Seu corpo doía, sua alma doía, uma dor lancinante, que o perseguia diariamente e não cedia com o uso de analgésicos. Em algumas noites, o sono até que vinha fácil, mas, depois de duas a três horas, acordava e não pregava os olhos até o raiar do dia.
A tristeza, que lhe invadia o peito, não vinha acompanhada de choro, como se não tivesse mais forças para produzir lágrimas, era como se faltasse energia para tudo, inclusive para chorar. Tinha dúvidas sobre o valor da vida e de continuar vivendo. Em alguns momentos, chegava a pensar como poderia acabar com tudo, sumir de vez, tirar a própria vida.
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Enquanto isso, um pedaço de sua mente brigava contra esses pensamentos e contra argumentava com algumas perguntas: e seus dois filhos, que mal conhecem a vida, o que vão achar dela quando souberem que o pai não a ou? e sua esposa, provavelmente irá culpá-lo por deixá-la viúva com duas crianças órfãs de um pai que preferiu o caminho da fuga em vez de lutar contra as adversidades; e seus pais já idosos, obrigados a enterrar o filho que já lhes deu tanto gosto; e os amigos que costumavam rir de seus gracejos, não entenderiam tal desatino; e Deus, que viu seu filho morrer, não pelas próprias mãos, como o veria você, que também é filho, tirando a vida que Ele lhe deu?

De repente, viu que havia chegado a uma praça, sentou-se em um dos bancos e ali lembrou de três letras – CVV e de três números – 188. Ligou de imediato, foi escutado e ouviu palavras que reforçaram seu lado sadio, que o impulsionava a viver, como também a procurar ajuda profissional. Foi o que fez.
O psiquiatra diagnosticou depressão, que é uma enfermidade que inibe as funções psíquicas, deixa a pessoa doente sem energia, com uma tristeza no fundo da alma; tira-lhe o prazer de coisas antes agradáveis; subtrai-lhe a esperança em dias melhores; causa-lhe dores físicas e, pior, psíquicas; faz que se sinta sem nenhum valor; pode aumentar ou diminuir seu sono; o mesmo acontece com o apetite; diminui sua libido; e pode provocar desejos de morrer ou de matar-se.
Mas tudo isso tem tratamento, que faz a vida voltar a ter cor e retornar a vontade de viver. Para isso é necessário acabar com o preconceito e procurar um médico psiquiatra, que é o profissional habilitado para direcionar o tratamento da pessoa deprimida.
Provavelmente vai ser necessário o uso de medicamentos, que atualmente permitem seguir uma vida normal a quem os utiliza; não atrapalha a vida profissional, social ou familiar e já pode trazer bons resultados no primeiro mês de uso. Além do tratamento médico, há necessidade do apoio psicológico para lidar melhor com os obstáculos do dia a dia, muitas vezes nocivos para alguém acometido de uma doença psíquica como a depressão.
Se é o seu caso, não hesite. Procure ajuda. Há sempre uma luz no caminho.