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Esquizofrenia – A Doença do Ser Humano Ensimesmado 3c6y43

Horas e horas trancado em seu quarto, cerceando sua própria liberdade, enquanto outros jovens de sua idade estão aproveitando a vida, reunindo com amigos ou namorando. Seus pais têm dúvida se é algo da idade ou se é algum problema de saúde. Artur concluiu o ensino médio há três anos e resolveu não prosseguir com […] 545d1i

Horas e horas trancado em seu quarto, cerceando sua própria liberdade, enquanto outros jovens de sua idade estão aproveitando a vida, reunindo com amigos ou namorando. Seus pais têm dúvida se é algo da idade ou se é algum problema de saúde.

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Sintomas de esquizofrenia costumam aparecer na adolescência (Foto: Inzmam Khan)

Artur concluiu o ensino médio há três anos e resolveu não prosseguir com os estudos, nem procurar trabalho, permanecendo grande parte de seu tempo em casa, em jogos de computador ou escrevendo algo numa agenda, guardada “a sete chaves”.

Artur está hoje com 21 anos de idade e a cada dia vem ficando mais isolado, evita até momentos comumente compartilhados com os pais há até pouco tempo, como o horário das refeições. Sai poucas vezes do quarto e já não anda mais permitindo que alguém entre nele, nem mesmo para limpá-lo, tampouco que mexam em suas coisas, mesmo que seja para arrumá-las. Os pais tentam conversar com ele, saber se algo está acontecendo ou se aconteceu nos últimos tempos, mas Artur nega-se a falar sobre isso.

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Agora ou a fazer sua própria comida e encher sua própria garrafa de água. Não confia em ninguém para fazer isso. Os pais têm escutado no corredor, próximo à porta do quarto, que o filho está conversando sozinho, como se estivesse dialogando com alguém.

Artur tirou a televisão de seu quarto, afirmando que as notícias e as propagandas eram direcionadas a ele e achava que os apresentadores de TV conseguiam descobrir o que pensava. Nos últimos meses descuidou-se da higiene, não tomando banho diariamente, nem ao menos escovando os dentes. Nos últimos dias ou as noites em claro, falava alto e esmurrava as paredes e móveis do quarto. Só então os pais recorreram ao pedido de ajuda, que familiares e amigos já vinham orientando.

O SAMU foi chamado, mas ao tomar conhecimento da história, acionou uma viatura do corpo de bombeiros, que agiu como sempre, de modo profissional, sem qualquer violência, transportando Artur até um CAPS e de lá foi transferido para um hospital psiquiátrico. Depois de quatro semanas de internação, Artur voltou para casa, agora cuidando de sua higiene pessoal e interagindo mais com os pais. Tem suas desconfianças, mas voltou a alimentar-se com a mesma comida dos pais.

Artur tem o diagnóstico de esquizofrenia do subtipo paranoide. A esquizofrenia é um transtorno mental que surge geralmente na adolescência ou no início da vida adulta e acomete cerca de 1% da população mundial. É uma enfermidade psicótica, em que há perda do senso de realidade. Há inadequação do comportamento, com retraimento social e hostilidade no seio familiar.

Há delírios (pensamento com falsas crenças) e alucinações (percepções só vividas pela pessoa doente, como ouvir vozes que ninguém mais ouve ou ver coisas que ninguém mais vê). Há, ainda, uma pobreza de afeto, mesmo por pessoas próximas. Ocorre um desleixo com a aparência e higiene pessoal. Pode haver um comportamento pueril, como também um negativismo intenso, quando o doente permanece voltado para si, deixando de interagir com o ambiente externo.

Os principais subtipos da esquizofrenia são: paranoide, catatônico, hebefrênico, simples e indiferenciado. Os subtipos são diagnosticados de acordo com a maior ou menor presença dos sintomas acima citados. O tratamento deve ser iniciado o mais precocemente possível para que seja indicada a modalidade ambulatorial, sem necessidade de internação. Ainda assim, pode haver períodos críticos, com agudização dos sintomas, muitas vezes com episódios de franca agressividade, quando a internação é necessária e indicada pelo médico.

O paciente esquizofrênico, quando adequadamente tratado, tem condições, em muitos casos, de levar uma vida próximo da normalidade, inclusive com a possibilidade de estudar, trabalhar e constituir família.
Artur não retornou aos estudos, nem se interessou em procurar trabalho, mas somente o tempo e a evolução da doença é que poderão nos dizer se tudo isso ou parte disso será possível. Caso contrário, ele deve ser amparado pelo auxílio-doença da previdência social, caso faça o recolhimento mensal, como autônomo, ao INSS. Se persistir a incapacidade, no futuro ele pode ser aposentado pelo Órgão previdenciário oficial.

Este conteúdo reflete, apenas, a opinião do colunista Saúde Mental, e não configura o pensamento editorial do Primeira Página.

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