Esperança 52146w
A vida tem tido constantes transformações. O clima muda, a natureza modifica, a tecnologia desenvolve, os corpos se distanciam, os afetos congelam. O ser humano não é mais o mesmo e quando se apercebe desta realidade, lembra das histórias contadas por seus pais e avós e daquelas outras que ouviu quando criança.
Invade-lhe, então, um saudosismo de algo que viveu outrora ou que nem viveu. Traz isso para hoje, mas certifica-se de que não se encaixa, como se estivesse em outra dimensão, o futuro do pretérito que a gramática teria esquecido. Vê-se então desencontrado na sua própria evolução.

No mundo conturbado, de futuro incerto, nasce para muitos o desejo de mudança, de dias melhores. Alguns dos sonhadores am a acreditar na existência futura desses dias – são os otimistas; outros vivem na expectativa de que eles aconteçam – são os esperançosos.
No meio destes, há aqueles que não desfrutam de uma boa saúde mental e que circulam no mesmo meio ocupado por otimistas e esperançosos. São pessoas que não veem uma luz no fim do túnel, que não esperam um futuro melhor.
Entre esses dois extremos há os falsos otimistas e falsos esperançosos, que simplesmente mostram algo que não sentem, mimetizando a alegria, que gostariam de sentir, ou apenas para mostrar que são tão felizes quanto os outros.
Essa mesclagem de sentimentos e atuações compõem muitos momentos da vida, principalmente as festas natalinas e de fim de ano, que são ocasiões que vêm junto a uma explosão de alegria, real ou não, mas sempre vendida como verdadeira, fazendo que as pessoas que, naquele momento, estão desprovidas de uma mente sadia, questionem sobre a felicidade, se esta existe e se sua vida poderá vir a desfrutar dela.
O Ano Novo certamente traz consigo a ideia de encerramento e início de um novo ciclo e é aí que os ansiosos antecipam as frustrações dos objetivos que, supostamente, não alcançarão, enquanto os deprimidos vivem as frustrações dos objetivos, supostamente, não alcançados por eles.
Ansiosos e deprimidos necessitam tratar-se para entrar no verdadeiro grupo do otimismo ou da esperança. Mas, ainda assim, estará faltando algo: determinação.
O certo é que ser otimista ou esperançoso não basta. É preciso ter iniciativa, correr atrás do que se espera, buscar dias melhores, ano após ano.
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A busca de algo, que tenha significado positivo para nós, mobiliza nossos hormônios, sentimos mais energia, o cansaço é substituído pelo prazer, a frustração dá lugar à perseverança, tentamos alcançar nossos desejos uma vez, duas ou mais. Por vezes precisamos apenas de uma boa noite de sono para recarregar as baterias e seguir em frente. Ainda assim, se não for possível este ano, há de ser o próximo. O importante é perseverar, é seguir em frente, usar a serotonina e a dopamina que estão à nossa disposição.
Não é suficiente que sejamos otimistas, tampouco que apenas sejamos esperançosos, precisamos buscar aquilo que esperamos. Isso mantém o movimento dos nossos neurônios e nos preserva a saúde mental.