Médico de MT suspeito de estupros tem mandato de vereador cassado 6i464r
Câmara de Canarana extinguiu o mandato de Thiago Bitencourt, investigado por abuso sexual contra mulheres e crianças; ele ficará inelegível por oito anos 6x4e4x
A Câmara de Vereadores de Canarana, a 838 km de Cuiabá, decidiu pela extinção do mandato do vereador e médico Thiago Bitencourt (PL), investigado por abuso sexual contra mulheres e crianças. A decisão ocorreu em uma sessão extraordinária, nesta segunda-feira (9).
De acordo com a assessoria jurídica da Câmara, Thiago ficará inelegível por oito anos, contados a partir da próxima eleição. Preso desde o dia 31 de maio, ele já havia protocolado um pedido de renúncia, no dia 4 deste mês.

“A Lei da Ficha Limpa diz que o parlamentar se tornar inelegível se na data na renúncia já houver um processo contra ele. E foi o que aconteceu. A Câmara já tinha recebido uma denúncia contra ele e aberto uma comissão processante, dessa forma, ele atende aos critérios de inelegibilidade”, explicou o advogado Pedro Justino Júnior.
renúncia protocolada na última quarta-feira, dia 4. A medida segue os trâmites legais diante dos fatos amplamente divulgados.
Durante a sessão também houve a convocação do suplente Milton Blass, conhecido como Miltinho (PL).

O caso 214q29
Thiago foi preso no dia 31 de maio, em uma operação da Polícia Civil. As investigações apontaram uma série de crimes sexuais cometidos por ele. Inclusive, segundo o delegado responsável pelo caso, Flávio Leonardo, o médico se aproveitava do cargo e da posição que ocupada no município para cometer os abusos.
“Ele iniciava a relação a partir do momento em que as vítimas tinham alguns tipos de problema emocional. Identificamos esse padrão. Alguém que tinha acabado de separar ou com quadro depressivo. Percebemos que elas tinham algum problema de ordem emocional e eles estabeleciam vínculo a partir daí”, explica Flávio.
Após estabelecer um vínculo afetivo, ele ava a exercer domínio psicológico, com manipulações que evoluíam para abusos sexuais e, em alguns casos, envolviam também as filhas das vítimas.
As vítimas identificadas até o momento são:
• Uma mulher de 29 anos e sua filha de 8 anos;
• Uma mãe e filha, com idades não divulgadas;
• Uma adolescente de 17 anos, descrita como mantida em situação de “escravidão sexual”;
• Uma adolescente de 15 anos, que teria sido abusada desde os 12 anos de idade;
• Uma criança de apenas 2 anos;
• Uma mulher de 36 anos.
As investigações indicam que o investigado utilizava fantasias de dominação sexual e explorava fragilidades emocionai. Em alguns casos, os abusos teriam ocorrido até mesmo dentro do consultório médico no PSF Mutirão, onde ele atendia a população.
Mesmo após o término das relações com algumas das vítimas, o médico teria coagido mulheres a manter relações sexuais contra a vontade, utilizando ameaças e violência. Além disso, há indícios de produção de conteúdo íntimo, inclusive envolvendo menores.
A investigação seguem em curso e novas vítimas estão sendo ouvidas, pois é possível que o número de pessoas violentadas cresça.