Trancista pioneira na Bahia acusa Simone de uso indevido de imagem na campanha 35u20
Negra Jhô teria aparecido em uma das propagandas que reforçam a sensibilização do voto feminino. A impressão de que a cabeleireira apoia a candidata foi o principal ponto de conflito 6l19u
A cabeleireira baiana Valdemira Telma de Jesus Sacramento, a Negra Jhô – uma das primeiras trancistas do Pelourinho, em Salvador (BA) – acusa a candidata à Presidência da República, Simone Tebet (MDB/MS), de usar sua imagem indevidamente durante uma das propagandas eleitorais exibidas na TV. A denúncia foi feita nas redes sociais, mas o caso já chegou à Justiça.
A foto foi comprada de um banco de imagens internacional, conforme a equipe de campanha de Simone Tebet divulgou. Foi informado, ainda, que não será mais usada a imagem.

Há dois dias, a baiana, dona do Instituto Brasileiro de Beleza Negra Jhô Penteados Afro e criadora do Instituto Kimundo, organização que trabalha na preservação e valorização da identidade e autoestima de crianças e adolescentes negras de Salvador, usou seu perfil no Instagram para revelar o episódio.
A imagem de Negra Jhô apareceu em uma das propagandas que reforçam a sensibilização do voto feminino. A impressão de que a cabeleireira apoia a candidata foi o principal ponto de conflito.
Também em suas redes sociais, a baiana se referiu à Simone Tebet como “pessoas das quais não apoio, tão pouco comungo de suas ações” e declarou voto ao candidato do PT (Partido Trabalhista), Luiz Inácio Lula da Silva.
“Venho a público repudiar o uso indevido, e, sem autorização da minha imagem na campanha eleitoral da candidata Simone Tebet, a qual nunca tive nenhum tipo de diálogo ou contato pessoal. Todoxs sabem da minha índole, ética e compromisso com meu preto. Repudío veementemente o uso da minha imagem. As providências cabíveis já estão sendo tomadas”, escreveu em nota.

Uso indevido da imagem é crime previsto no artigo 218-C do Código Penal, mas a própria Constituição Federal garante que o direito de imagem é inviolável. Justamente por isso, Negra Jhô recorreu à justiça.
Ao site UOL, a advogada da cabeleireira, Helenice Santos, informou já ter protocolado ação na 5° Vara Cível e Comercial de Salvador, para pedir indenização por uso indevido de imagem e para impedir a veiculação imediata da campanha.
A foto foi comprada de um banco de imagens internacional, conforme a equipe de campanha de Simone Tebet divulgou à imprensa nacional. Foi informado, ainda, que não será mais usada a foto.
A equipe do Primeira Página entrou em contato com a assessoria da candidata sul-mato-grossense para entender a situação, mas até o momento não obteve resposta sobre o caso.