Marquinhos tenta na Justiça afastar delegada de inquérito sobre crimes sexuais 6y12v

Defesa do candidato ao governo de MS alega abuso de poder em diligências que estão sendo feitas pela delegada-adjunta da Deam 5y1n4

O escândalo que envolve denúncias de assédio contra o ex-prefeito Marquinho Trad (PSD) ganha mais um capítulo nesta quinta-feira, dia 18 de agosto. Dessa vez, a movimentação vem da defesa do atual candidato ao governo de Mato Grosso do Sul que, alegando “atos ilegais e abuso de poder”, pediu o afastamento da delegada-adjunta da Deam (Delegacia de Atendimento à Mulher), Maíra Pacheco Machado, a responsável pelas investigações contra o político.

Marquinhos Trad, ex-prefeito de Campo Grande
Marquinhos Trad, ex-prefeito de Campo Grande (Reprodução)

A informação foi divulgada própria equipe de Marquinhos. Segundo nota oficial enviada nesta manhã, os advogados do ex-prefeito entraram com um mandado de segurança – um instrumento jurídico que protege direitos garantidos por lei quando há violações.

No pedido, afirmam que a delegada agiu de forma ilegal e com abuso de poder durante as investigações dos supostos assédio cometidos por Marquinhos Trad. Segundo a nota, o mandado de segurança foi produzido após “novas evidências de ilegalidades no inquérito”.

Ao longo do pedido de afastamento, as advogadas Rejane Alves de Arruda e Andréa Flores listam os motivos pelos quais consideram que a delegada não pode continuar investigando Marquinho: frequentes vazamentos de uma investigação sigilosa, desrespeito aos pedidos da defesa e excessos cometidos durante diligências essenciais as apurações dos crimes, como aconteceu no dia em que as equipes foram ao Paço Municipal para apreender computadores do antigo gabinete do candidato.

A defesa alega ainda que a delegada “não tem tomado cautelas necessárias” para evitar a divulgação ilegal das investigações. Apontam “quebra do princípio da impessoalidade” e entendem que em nenhum momento a titular da delegacia especializada considerou que todas as denúncias são uma “armadilha com fins políticos para incriminar falsamente Marquinhos e desestabilizar a sua candidatura”.

“Caso continue na presidência do inquérito, a autoridade impetrada continuará a agir ao arrepio dos princípios da legalidade e impessoalidade, havendo risco de a medida definitiva ora pleiteada se tornar ineficaz, se não deferida de pronto”, concluíram as advogadas.

Ao Primeira Página, a delegada Maíra Pacheco afirmou que ainda não foi notificada judicialmente sobre o pedido e por isso, a Polícia Civil vai esperar a decisão para se manifestar sobre o caso. No entanto, afirmou que o ataque pessoal já era esperado. Segundo ela, todo o inquérito policial foi feito de maneira técnica, como deve ser uma investigação policial.

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Provas da defesa 1l3i34

Como fato principal para o pedido, a defesa revela a tentativa de coptar uma “possível vítima” de Marquinhos. A mulher, que hoje mora em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, foi contata primeiro por um jornalista e depois pela própria delegada, negou ter sofrido qualquer tipo de assédio, mas ainda foi intimada a prestar esclarecimentos e recebeu a ligação de uma terceira pessoa.

Segundo a defesa de Marquinho, uma candidata a deputada federal se ofereceu para pagar a vinda da mulher de Dubai para Campo Grande apenas para que ela conseguisse prestar depoimento à Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher). Para as advogadas, a situação levanta suspeitas de que a delegada entregou cópia da intimação para a política.

Algo parecido teria acontecido com outras duas mulheres. Mesmo negando serem vítimas de assédio, foram intimadas a comparecer na delegacia sob pena de “condução coercitiva e crime de desobediência”.

Ainda sobre o vazamento de informações do inquérito, a defesa destacou a coletiva de imprensa feita por Maíra, pelo delegado-geral da Polícia Civil, Roberto Gurgel, e pelo secretário de justiça e segurança pública, Antônio Carlos Videira e a quantidade de matérias sobre o caso, com “informações atualizadas” – como o número de denunciantes, que começou em quatro e hoje é de 15 mulheres – nos conteúdos publicados pela imprensa.

Outros fatos “ilegais” também são citados no documento: a falta de informações para a defesa sobre os crimes supostamente cometidos pelo ex-preito e as vítimas de cada um deles, as datas dos depoimentos e até a ausência de investigação sobre um vídeo divulgado nas redes sociais em que garotas de programa são chamadas para registrarem “falsas denúncias” contra Marquinhos.

Consta que duas mulheres registraram Escritura Pública de Declaração revelando a farsa. Uma deles teria procurado a polícia por duas vezes por se sentir ameaçada, mas sequer foi ouvida.

Todas as evidências listadas pela defesa (um total de 34 documentos e vídeos das mulheres que foram intimadas, foram anexadas ao processo, que é analisado pela 3ª Vara Criminal de Campo Grande. Elas ainda pedem oitivas do Ministério Público para oferecer parecer sobre o caso.

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