Indígena preso já foi condenado por tráfico e candidato derrotado a prefeito 5b265e

Preso nessa segunda-feira (12), pela prática de condutas ilícitas em atos antidemocráticos, José Acácio Serere Xavante, de 42 anos, é pastor, mora em Campinápolis, a 565 km de Cuiabá, onde já concorreu a prefeito e já foi preso e condenado por tráfico de drogas.

Após a prisão do indígena pela PF (Polícia Federal), apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) tentaram invadir a sede da PF e deflagraram uma série de atos de vandalismo em Brasília, que resultaram em cinco ônibus e três carros queimados. A Esplanada dos Ministérios chegou a ser fechada e houve um reforço da segurança no entorno do hotel do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A Polícia Civil do DF investiga o caso, os atos também são alvos da PF.

José Acácio Serere Xavante é apoiador do presidente Jair Bolsonaro e participou de atos antidemocráticos. Ele se apresenta como pastor e missionário. No final de semana, ele disse em Brasília que Lula “não sobe a rampa” do Palácio do Planalto.

A prisão aconteceu a pedido da PGR (Procuradoria Geral da República), e foi determinada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por participar de “manifestações de cunho antidemocrático” nas imediações do Congresso Nacional, no Aeroporto Internacional de Brasília, em um shopping e em frente ao hotel onde estão hospedados Lula e o vice Geraldo Alckmin (PSB).

A PF informou que José Acácio está acompanhado de advogados e que as formalidades relativas à prisão “estão sendo adotadas nos termos da lei” e que o processo corre em sigilo.

O Primeira Página procurou o advogado do indígena, mas não conseguiu contato até a última atualização desta reportagem.

José Acácio Serere Xavante se identifica como cacique. Porém, a Funai (Fundação Nacional do Índio) informou que ele não faz parte dos caciques tradicionais –mas que não é possível afirmar se José Acácio é cacique ou não, porque há muitas terras indígenas e aldeias.

O xavante foi preso por tráfico de drogas em 2007 em Campinápolis, ele e a esposa foram flagrados pela polícia com porções de cocaína. José Acácio foi condenado a quatro anos e oito meses de prisão em regime fechado; ele cumpriu parte da pena preso e obteve na Justiça o direito a sair da prisão em 2008. Entretanto, em agosto de 2009, o processo foi encerrado, segundo o TJMT (Tribunal de Justiça de Mato Grosso).

Na onda do bolsonarismo, o xavante concorreu a prefeito de Campinápolis nas eleições de 2020 pelo Patriotas. Recebeu apenas 689 votos, ele ficou em terceiro lugar.

Em vídeo que circula nas redes sociais, um fazendeiro pede ajuda financeira para manter José Acácio e outros indígenas do estado nos atos golpistas de Brasília.

O fazendeiro também diz que ele e outros amigos já conseguiram mandar cerca de oito ônibus com indígenas para Brasília e pede dinheiro para continuar mantendo os manifestantes.

Também pede doações via PIX para ajudar na manutenção dos indígenas que participam dos atos antidemocráticos em Brasília.

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