Ex-prefeito Olarte vai para o regime aberto em Campo Grande 49q23
O ex-prefeito de Campo Grande ganhou o direito de cumprir a pena do regime aberto no dia 31 de maio 652c1j
Depois de mais de um ano no regime semiaberto, o ex-prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte, deixa o Centro Penal Agroindustrial da Gameleira de Regime Semiaberto nesta sexta-feira (2) para voltar a uma “rotina” em casa.
Condenado a 8 anos e 4 meses por corrupção iva e lavagem de dinheiro em golpes aplicados contra fiéis de uma igreja evangélica da cidade, ele trabalhou por um salário-mínimo e começou até a segunda faculdade nesse tempo de interno no sistema prisional.

Antes de ser prefeito, Olarte era pastor. Foi por usar o cargo de líder religioso, para aplicar um golpe de R$ 400 mil em um casal de fiéis, que ele acabou condenado pela primeira vez.
A pena, no entanto, só começou a ser cumprida quatro anos depois. Em maio de 2021, Olarte foi preso e mandado para o Centro de Triagem. Lá ficou por mais de um ano. No mês de junho de 2022 ganhou direito ao regime semiaberto. Sua “casa” ou a ser o Centro Penal Agroindustrial da Gameleira.
Ala separada
Assim como outros políticos, policiais e servidores públicos presos, o ex-prefeito de Campo Grande foi colocado em uma área separada dos outros internos; as celas 99 e 100.
No semiaberto, o custodiado tem uma rotina de trabalho e assim como a maioria dos colegas, Olarte foi contratado por uma das empresas parceiras do presídio.
Logo que chegou, o ex-prefeito, que é contador de formação, foi chamado para atuar em uma empresa de construção civil. O diploma, no entanto, fez com que ele ganhasse um cargo diferentes; começou então a ajudar nos serviços istrativos. Para isso, recebia um salário-mínimo – do qual 10% do valor era descontado para ajudar a manter os projetos da Gameleira.
Por alguns meses, Olarte saia do presídio todas as manhãs em um ônibus da empresa – com supervisão – e voltava para a cela no fim do dia.

Nas eleições para o governo, em 2022, no entanto, um vídeo gravado por ele mudou tudo.
Com um celular, em pleno horário de trabalho, ele gravou e divulgou apoio ao então candidato a governador de Mato Grosso do Sul, Capitão Contar (PRTB).
Assim que soube da situação, o juiz da 2ª Vara de Execução Penal de Campo Grande, Albino Coimbra Neto, vetou trabalho externo do ex-prefeito. Olarte não ficou só sem o emprego. Teve uma falta disciplinar anotada e por dez dias ficou preso em uma cela separada, sem ter direito a sair.
Ao fim da punição, voltou para as celas especiais e foi reintegrado à rotina de serviços, mas dessa vez, sem o direito de atuar nas empresas fora da unidade penal.
Começou então a ajudar na manutenção do próprio presídio. Depois disso, ou a atuar na fábrica de bolas montada dentro da Gameleira.

Em um galpão cheio de máquinas, ele e outros presos fazem todo o processo inicial da manufatora do produto. Depois, o material é enviado aos presídios de regime fechado em todo o estado. Nesses lugares, são costuradas pelos presos e só depois de prontas, voltam para a Gameleira, onde am pelo setor de qualidade. Só aí são liberadas para a comercialização.
Na Gameleira, o ex-prefeito não recebia visita – que ali só acontece por 10 minutos em dois domingo por mês. Segundo apurado pela reportagem, o ex-prefeito não tinha regalias, vivia igual aos outros internos, sem a sombra do cargo politico que assumiu em Campo Grande. Durante as noites, Olarte, se dedicava à faculdade de istração, que começou dentro da cadeia.
Nesta sexta-feira (2), último dia no presídio semiaberto, ele não foi para a fábrica de bolas. Ficou na cela, aguardando a ordem judicial que vai permitir sua volta para casa.
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Retorno, em partes 282r5b
A decisão que manda Olarte para o regime aberto é do juiz Albino Coimbra Neto. Assinado no dia 31 de maio, o documento determina as regras para que o ex-prefeito continuar livre, porém com restrições.
- Comprovar em até 30 dias que está em ocupação lícita; enquanto isso não acontece, deve à Unidade Prisional, impreterivelmente, até às 15 horas;
- Sair para o trabalho e retornar nos horários fixados pela direção do presídio;
- Não sair do local de trabalho no horário de almoço, folga ou descanso, sem autorização prévia;
- Não ausentar-se da Comarca sem prévia autorização judicial;
- Não praticar crime
Nesta manhã, de dentro da cela, de onde não foi permitido fazer imagens, Olarte contou que vai sair e trabalhar no restaurante da família, orgulhoso.
Apesar disso, preferiu não falar com a imprensa sobre os anos que ficou preso; um total de 2 anos, seis meses e 27 dias. Para o fim da pena, o homem que já foi prefeito da capital de Mato Grosso do Sul ainda tem mais cinco anos, nove meses e três dias.