Polícia conclui que deputado não cometeu crime de homofobia ao dizer que ser gay é "escolha" 66r4q
Parlamentar se envolveu em outras polêmicas envolvendo comunidade LGBTQIA+ w39
A Polícia Civil concluiu o inquérito que investigava o deputado estadual Gilberto Cattani (PSL) pelo crime de homofobia. De acordo com a apuração, o parlamentar não cometeu qualquer atitude discriminatória contra a comunidade LGBTQIA+.
Em maio de 2021, o deputado se envolveu em uma polêmica que ganhou repercussão nacional. Ele declarou nas redes sociais que ser gay é uma “escolha”, assim como ser homofóbico. Em tempo, cabe esclarecer que homossexualidade é uma condição.

No Instagram, Cattani postou uma imagem com os dizeres: “Ser homofóbico é uma escolha. Ser gay também”, antecedido pela hashtag “Está dito, moçada”.
Com a morte provocada pela covid-19 do titular Sílvio Fávero (PSL), Cattani, que era 1º suplente, foi nomeado para dar continuidade ao mandato até o final de 2022.
De Nova Mutum (239 km de Cuiabá), Cattani é produtor de queijo e se apresenta como “patriota, conservador e cristão”.
Segundo o delegado Celso Renda Gomes, ele levou em consideração o que disse o parlamentar durante depoimento. À polícia, Cattani afirmou que o movimento dava a entender que existiria um terceiro gênero. No entanto, segundo o delegado, o deputado fez questão de destacar que cientificamente é comprovado que não se escolhe o sexo.
A disseminação da ideia de que se pode escolher a sexualidade tem potencial para criar violência e crimes de preconceito, praticados por extremistas que acreditam na possibilidade de se reverter uma condição. É como dizer que ser negro ou branco, indígena ou oriental são escolhas.
Deputado e seus projetos 613k6m
Autor do projeto “Escola sem partido”, que prevê a proibição por parte de professores de tratar de “pensamentos ideológicos em sala de aula”, com direito a disque-denúncia e gravação de conteúdos ministrados, Cattani, de acordo com o Portal da Assembleia Legislativa, tem 12 projeto de lei em tramitação, dos quais nove são moção de pesar.
Ele também é autor do Projeto de Lei nº 511/2021, que prevê a proibição do uso de pronome neutro nas escolas de Mato Grosso. A proposta também inclui a vedação do uso da linguagem neutra em documentos oficiais da istração pública, materiais didáticos e curriculares, editais públicos, ações culturais, desportivas, sociais e publicitárias que recebam verba pública de qualquer natureza.
Na justificativa, Cattani afirma que pretende assegurar o direito dos estudantes de aprender a norma culta da língua portuguesa. Para ele, a permissão da inclusão da linguagem neutra nas escolas do estado dificultaria o aprendizado da matéria pelo aluno nas salas de aulas.