Deputada federal por MT é acusada de organizar atos antidemocráticos em Brasília l235o
Aposentada de MT detida durante os atos de 8 de janeiro, em Brasília, apontou deputada como organizadora de caravanas. 4f2y1z
Uma das pessoas detidas por participar de atos antidemocráticos ocorridos no dia 8 de janeiro, em Brasília, afirmou, durante depoimento à PF (Polícia Federal), que a deputada federal por Mato Grosso, Coronel Fernanda (PL) teria participado da organização dos atos, com a locação de ônibus que saíram do estado com destino a Brasília, levando os manifestantes.

O site de notícias Uol teve o ao depoimento da aposentada Gizela Cristina Bohrer, de 60 anos, moradora de Barra do Garças, a 516 km de Cuiabá. De acordo com o relato dela, outros dois candidatos a deputado também tiveram participação na organização dos ônibus.
Em nota enviada à equipe do Primeira Página, a assessoria da deputada informou que ela não tem nenhuma participação no atos e não conhece Gizela.
“A deputada federal, Coronel Fernanda, esclarece que não tem participação, de qualquer natureza, no ato de 8 de janeiro, em Brasília. Inclusive, estava em Mato Grosso, na data em que houve a movimentação”, diz a nota.
A mulher relatou à PF ter chegado a Brasília no sábado [7 de janeiro], véspera do ato que resultou na destruição das sedes dos Três Poderes. No depoimento, ela disse ter embarcado em um ônibus gratuito e que a caravana foi organizada pela deputada federal Coronel Fernanda e pela candidata a deputada federal Analady Carneiro da Silva (PTB), que não se elegeu, e pelo candidato a deputado estadual Rafael Yonekubo (PTB), que ficou como suplente. Eles também negaram participação.
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A depoente disse à polícia que os três coordenam grupos de WhatsApp e organizam caravanas para Brasília já há dois anos; que tais caravanas tinham por objetivo o apoio ao então Presidente Bolsonaro, tais como fizeram por ocasião dos desfiles de 7 de setembro e 15 de novembro de 2021 e 2022.
Além de citar os nomes deles, Gizela apresentou os números de telefones dos três, que ainda são usados por eles. Ao ser detida, a depoente teve seu celular apreendido e forneceu a senha aos investigadores, para permitir o aprofundamento das investigações.
No depoimento, Gizela itiu à PF que entrou nas instalações do Congresso Nacional durante o ato do dia 8 de janeiro, mas afirmou que “não aprova invasões”. “Entrou no Congresso pois estava chocada e queria filmar o que tinha ocorrido”, afirmou. Questionada sobre os responsáveis pela depredação, ela apenas afirmou que “acredita que quem fez o ‘quebra-quebra’ foram bandidos infiltrados”.
É a primeira vez na investigação dos atos que parlamentares foram citados como possíveis organizadores das caravanas do 8 de janeiro. A Procuradoria-Geral da República (PGR) já havia solicitado ao Supremo Tribunal Federal inquéritos contra André Fernandes (PL/CE), Clarissa Tércio (PP/PE) e Silvia Waiãpi (PL/AP) por incitação aos atos de violência e vandalismo registrados em Brasília no último dia 8 de janeiro. Na ocasião, os três negaram terem incentivado a depredação das sedes dos Poderes.
O Uol obteve e analisou, durante a última semana, cerca de 1.000 depoimentos sigilosos prestados à Polícia Federal por extremistas presos no acampamento antidemocrático no quartel-general do Exército, logo após o 8 de janeiro.