"Criança não é de esquerda, nem de direita", diz procurador sessão na ALMT 4g6s2b
Discurso foi feito durante sessão para instalação da Frente Parlamentar em Defesa da Criança e do Adolescente l36p
A Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) realizou nesta sexta-feira (16) a reunião de instalação da Frente Parlamentar de Defesa da Criança e do Adolescente, convocada pelo deputado estadual Sebastião Resende (União Brasil).
Durante o encontro, um dos destaques foi o discurso do procurador de Justiça Paulo Prado, que fez um apelo por ações apartidárias em defesa da infância e juventude.
“Criança não é de esquerda, nem de direita. Criança é criança. Se uma criança chega precisando de inclusão, não me importa se o pai ou a mãe vai com a camisa do Lula ou do Bolsonaro no Conselho Tutelar. É um ser humano, é um cidadão com sonhos, com esperança”, declarou Prado, ao defender que o trabalho voltado para a infância deve unir todas as forças políticas, instituições e a sociedade civil.
O procurador criticou o clima de polarização política no país e reforçou que é preciso um esforço coletivo e coordenado para transformar a realidade de milhares de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade.
“O país está precisando de um chamamento, de uma pacificação. As pessoas não aguentam mais esse clima de ódio, esse clima de divisão”, declarou.
No discurso, Prado defendeu o fortalecimento de políticas públicas e estruturas dos conselhos tutelares, os fundos municipais e estaduais dos direitos da criança e do adolescente, além da criação de espaços educacionais integrados que atendam crianças da creche à universidade.
Ele também propôs que o Estado incentive a permanência dos alunos na escola por meio de auxílio financeiro às famílias, principalmente nos bairros mais vulneráveis, onde muitas crianças deixam os estudos para contribuir com a renda doméstica.
“Não se vence o crime organizado apenas com polícia, Ministério Público e Judiciário. É preciso investir pesado em educação, cultura e assistência social”, enfatizou.
Temos que oferecer uma escola que tenha música, teatro, cinema, orientação e acompanhamento às famílias. Não se faz educação sem cultura, sem arte”, afirmou o procurador.
O procurador ainda lembrou que contribuintes podem destinar parte do Imposto de Renda a projetos do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente, ajudando a financiar ações transformadoras em todo o estado.
Ao final, ele fez um apelo aos parlamentares: “Essa frente não pode ser só mais uma. Precisa ser a fomentadora de grandes projetos sociais, que envolvam todos — o Estado e os que atuam fora dele —, trabalhando em rede, com humildade e convicção”.
A Frente Parlamentar agora seguirá com a articulação de políticas públicas e ações conjuntas para a promoção e garantia dos direitos da infância e adolescência em Mato Grosso.