Bispo de Dourados divulga carta após padre rezar por presos em Brasília 2bp5o
O chefe da igreja católica de Dourados foi questionado por um promotor de Justiça após um padre rezar pelos presos que participaram dos atos em Brasília 505k3w
O bispo, Dom Henrique Aparecido de Lima, que governa a diocese de Dourados, município distante 201 quilômetros de Campo Grande, divulgou uma carta após um promotor de Justiça reclamar da atitude de um padre de rezar por presos que participaram de atos antidemocráticos em Brasília.
Em sua carta, Dom Henrique enfatiza que estamos vivendo momentos de incerteza onde todos sofrem as consequências, incluindo a igreja, e orienta os cristãos a orarem para terem discernimento sobre quais atitudes devem tomar.
“Essas incertezas e acirramentos, acabam nos desestabilizando e mexendo fortemente com o nosso humano e não realizando aquilo que o Espírito Santo de Deus quer nos conduzir”, declara.

O bispo finaliza o texto convocando todos os integrantes do clero, religiosos, seminaristas a orarem para terem discernimento sobre os encaminhamentos pastorais e da unidade.
A fala que dividiu opiniões 2b535t
A fala que motivou o questionamento do promotor e a resposta do bispo foi proferida durante missa, na noite de 22 de janeiro, na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, a Catedral de Dourados. O comentário foi feito pelo padre Leão Pedro, que presidiu a celebração.
“Eu rezo, com uma certa apreensão no meu coração, pelas pessoas que estão detidas lá em Brasília. Todos que cometeram atrocidades de vandalismo devem pagar, é crime depredar patrimônio público. Mas, nem todos que foram presos têm culpa, é uma injustiça!”, declarou o padre na ocasião.
Antes de rezar, ele explicou que uma ex-paroquiana dele e catequista estava entre os presos. “ Pelo que me consta no julgamento, não deram absolvição. Rezo e coloco no coração de Deus, também tantas outras injustiças que vão acontecendo”, declarou.
Parte dos fiéis não gostou da atitude do padre. Um deles, o promotor de justiça João Linhares, por exemplo, enviou nota ao bispo Henrique Aparecido de Lima cobrando explicações.
“O conspícuo sacerdote que a celebrava politizou ostensiva e desnecessariamente o ato religioso, tecendo comentários absolutamente irrelevantes, impertinentes e alguns dos quais inverídicos, adotando, por conseguinte, conduta incompatível com as normas da Santa Igreja Católica e malferindo o pundonor e o decoro que deveria observar”, escreveu o promotor.
Na ocasião, o bispo adiantou que conversaria com o padre envolvido, com o promotor e o setor jurídico da igreja antes de publicar um posicionamento.
