Delegado vê omissão e fala em homicídio culposo 1 mês após morte de aluno em cachoeira 186a28

Daniel Hiarle, de 14 anos, morreu afogado durante uma excursão da escola no Circuito das Cachoeiras. O inquérito sobre a morte deve ficar pronto em 30 dias. 4ei5y

O delegado Alexandre da Silva Nazareth, da Polícia Civil de Chapada dos Guimarães, a 65 km de Cuiabá, vê indícios de omissão na morte por afogamento do adolescente Daniel Hiarlly de Oliveira Arruda, 14 anos.

Nesta segunda-feira (10), ele afirmou que investiga eventual crime culposo, quando não há a intenção de matar.

Daniel faleceu dia 6 de dezembro de 2021, durante um eio da Escola Estadual Professor Welcio Mesquita de Oliveira, em Cuiabá, no Circuito das Cachoeiras, que fica no Parque Nacional de Chapada dos Guimarães.

Daniel Hiarle Arruda de Oliveira, de 14 anos, morreu afogado
Delegado apura morte de Daniel Hiarlly, de 14 anos. (Foto: Arquivo pessoal)

O exame de necropsia apontou asfixia por afogamento como a causa da morte de Daniel. O inquérito que apura a morte ainda está em andamento e a previsão é de que seja concluído daqui a 30 dias. Havendo denúncia, o Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT) dará continuidade ao processo.

“No prazo de 30 dias, o inquérito segue para o Ministério Público, para oferecer, se for o caso, a denúncia. Há elementos mínimos de autoria e materialidade da prática de homicídio culposo, porque entendo que há uma omissão pelos elementos correlacionados nos autos, e de que essa omissão é relevante. No comportamento de submeter os alunos ao banho, os educadores assumiram o resultado do óbito de Daniel. Se ficar demonstrado que a omissão é relevante, essas pessoas serão responsabilizadas, sim”, disse o delegado.

No dia da aula de campo, 72 alunos com idades entre 14 e 15 anos participaram do eio. Três alunos desapareceram e dois deles foram encontrados em uma trilha, exceto Daniel. Com o sumiço dele, os professores acionaram o Corpo de Bombeiros, que o encontrou morto horas depois em uma cachoeira.

Banho não era previsto 3l2b2j

Alexandre destacou ainda que o Projeto Pedagógico da aula de campo não previa que os alunos teriam o ao banho na cachoeira. Assim, não havia o mínimo de segurança, como o uso de equipamentos individuais e nem a presença do Corpo de Bombeiros.

chapada dos guimaraes
Parque de Chapada dos Guimarães (MT). Foto: Beto Garavello

“O fato é que a partir do momento que as escolas forem submeter seus alunos a esses tipos de eventos, é necessário tomar medidas cautelares para que fatalidades não ocorram. O projeto pedagógico não previa banho dos alunos, mas isso foi executado na prática. Ora, isso foge. Não é uma escola de natação e isso fugiu das atribuições. Tem que ter condutor habilitado, equipamentos de proteção individual e teria que acionar, inclusive, o Corpo de Bombeiros para se fazer presente no local durante o banho”, completou o delegado.

Alunos brincavam 4z965

O inquérito apurou que Daniel e outros estudantes estavam brincando de saltar de uma pedra na cachoeira e, em determinado momento, a vítima afundou e não retornou mais à superfície. Os colegas pensaram que ele poderia ter descido um pouco mais no curso da água e saído do rio em outra parte da margem.

Foi investigada a possibilidade de Daniel ter sido empurrado em meio as brincadeiras, no entanto, o delegado descartou. Para ele, o afogamento em si foi uma fatalidade, mas que poderia ter sido evitada se professores e orientadores tivessem tomado medidas de segurança mais rígidas.

“Essa versão de que ele teria sido empurrado, a gente descarta no momento, porque não há nenhum depoimento nos autos e nem mesmo o laudo pericial conclui que teria havido uma violência. O fato é que vários alunos estavam brincando de pular de uma pedra na cachoeira em uma parte com mais de dois metros de profundidade. Em algum momento os professores assumiram o risco do resultado morte, porque eles não tinham intenção. Mas pode ter havido uma negligência, e se isso aconteceu estamos diante de um homicídio culposo”, detalhou.

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