Gal Costa partiu, mas legado está para sempre com fãs de MS
Escritor Luiz Henrique Braga, 36 anos, relembrou a primeira e, agora, última vez que foi em um show da artista em Campo Grande, um momento que ficará na memória para sempre
A notícia da partida de Gal Costa nesta quarta-feira (9) foi recebida com enorme tristeza pelos fãs da artista, um dos maiores ícones da música popular brasileira.

O escritor Luiz Henrique Braga, 36 anos, relembrou a primeira e, agora, última vez que foi em um show da artista em Campo Grande, um momento que ficará na memória para sempre. “Foi uma pessoa importantíssima para a minha formação musical, ela era uma musa musical para mim, desde novo, tive a sorte de ir em um show dela ano ado, aqui em Campo Grande mesmo, ela estava total como sempre, tocou vários clássicos”, relembra Luiz.
Para ele, Gal sempre será uma voz que ecoa amor e alegria. “Eu acho que o principal é que estávamos em plena pandemia e o show dela foi um grito, não só dela, mas de todos nós, um grito que agora será eterno, um grito que agora será de tristeza hoje, mas ecoará com alegria e amor”, frisa.
Desde criança
Luiz relembra que a alegria de Gal Costa sempre o marcou.

“Eu criança ouvia aquele show com a camisa aberta e cantando Brasil do Cazuza, claro que eu nem sabia na época quem era Gal Costa, mas lembro que me marcou profundamente aquilo, aquela energia dela, me marcou muito aquela mulher no palco, eu nunca tinha visto algo parecido antes”, afirma o escritor.
A paixão de Luiz pela MPB começou primeiro com Caetano Veloso, depois descobriu o álbum Fatal da Gal Costa, que marcou sua trajetória como colecionador de LP. “Ainda me lembro da primeira música que ouvi dela, depois de Brasil. Escutei ela cantando Baby com Caetano e desde então a voz dela só me encantou”, ressalta o fã.
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Caetano e Gil se emocionam
Caetano, inclusive, não conteve as lágrimas ao lembrar da amiga de tantos anos. “A maior cantora do Brasil”, disse muito emocionado Caetano Veloso, em entrevista ao Estúdio i, da Rede Globo.
Nas redes sociais, o cantor ainda fez uma homenagem a cantora. “Gal era uma menina que morava na Rua Rio de São Pedro, na Graça. O mais tocante era a emissão da voz. João Gilberto, Antonio Carlos Jobim e eu percebemos isso. Há muitos outros aspectos em que a canção brasileira se encontrou engrandecida por vozes femininas. Mas a emissão da voz em Gal era já música, independentemente do domínio consciente das notas. E isso fazia com que o espírito dela expressasse sutilezas, pensamentos, sentimentos, asperezas, doçuras, de modo espontâneo. O disco “Recanto” diz tudo o que chego a saber sobre Maria da Graça, Gracinha, Gal”.
Gilberto Gil também não conteve as lágrimas ao falar sobre a artista.