Ministério da Pesca classifica Transporte Zero como de alto impacto e 15 mil famílias podem ser atingidas 5k3f3r

O projeto Transporte Zero pretende proibir o armazenamento, transporte e venda de peixes no estado a partir do ano que vem, por um período de 5 anos 1je57

Uma nota técnica do Ministério da Pesca e Aquicultura, por meio da Secretaria Nacional de Pesca Artesanal, divulgada nessa terça-feira (27) classificou o projeto Transporte Zero, que quer proibir o transporte e armazenamento de peixes do rio, como de alto impacto e deve atingir 15 mil pescadores. O parecer é de posição contrária ao projeto e ao substitutivo.

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PL proíbe transporte, armazenamento e comercialização de peixes no estado. (Foto: Reprodução)

De acordo com a nota, dados do Registro Geral da Atividade Pesqueira, na categoria de pescador e pescadora profissional artesanal de Mato Grosso, mostra que existem um total de 10.033 pescadores e pescadoras profissionais ativos o SisRGP Legado (antigo) e 5.180 pescadores profissionais no SisRGP 4.0. Assim, soma em torno de 15 mil famílias que serão privadas do exercício de suas profissões.

Os pescadores são contra o projeto Transporte Zero, que pretende proibir o armazenamento, transporte e venda de peixes no estado a partir do ano que vem, por um período de 5 anos. Na prática, proíbe a pesca profissional. O projeto a por votação nesta quarta na ALMT (Assembleia Legislativa de Mato Grosso).

A nota explica que a atividade a atividade pesqueira não é apenas uma profissão, mas um estilo de vida.

“De forma complementar, ressalta-se que o Projeto de Lei em questão pode estar relacionado ao conceito de racismo ambiental. O racismo ambiental refere-se às desigualdades e injustiças ambientais que afetam de forma desproporcional comunidades marginalizadas, muitas vezes compostas por pessoas de baixa renda e minorias étnicas”, diz a nota.

Ainda no posto de vista socioeconômico, o parecer elenca diversos elementos que como o projeto pode gerar impacto. Veja:

  • a) Perda de modo de vida: Como já mencionado acima a pesca artesanal é uma atividade tradicional e fundamental para a subsistência e identidade cultural das comunidades de pescadores profissionais artesanais. A proibição da pesca pode resultar na perda de seu modo de vida, desestruturando comunidades inteiras.
  • b) Desemprego e pobreza: A restrição da pesca artesanal pode levar ao desemprego em larga escala dentro das comunidades de pescadores. Muitos pescadores profissionais artesanais não possuem alternativas de emprego e dependem exclusivamente da pesca para sustentar suas famílias. Isso pode levar a um aumento da pobreza e da vulnerabilidade social. Embora o Projeto de Lei preveja dispositivos para medidas “assistenciais” (auxílio pecuniário), é importante destacar que tais medidas não abrangem os trabalhadores de apoio à pesca artesanal, nem os membros da família dos pescadores profissionais artesanais.
  • c) Insegurança alimentar: A pesca artesanal é uma importante fonte de alimento para as próprias comunidades de pescadores, sendo na maioria das vezes a principal proteína ingerida pelos membros da família. A proibição da pesca pode resultar em escassez de alimentos e insegurança alimentar, afetando diretamente a saúde e o bem estar dessas comunidades.
  • d) Perda de conhecimento tradicional: As comunidades de pescadores artesanais possuem um vasto conhecimento tradicional sobre os ecossistemas aquáticos e técnicas de pesca sustentáveis. A proibição da pesca pode levar à perda desse conhecimento ancestral, comprometendo a preservação ambiental e a sustentabilidade da pesca.
  • e) Exclusão e marginalização: A restrição da pesca artesanal pode aprofundar a exclusão e marginalização das comunidades de pescadores profissionais artesanais. Essas comunidades já enfrentam inúmeras desigualdades sociais, econômicas e políticas, e a proibição da pesca pode intensificar essas disparidades

O Primeira Página procurou o Governo do Estado, autor do projeto, para comentar sobre a nota técnica e aguarda posicionamento.

A nota aponta que no ponto de vista biológico, a implantação do projeto pode diminuir os estoques pesqueiros, que também têm impactos significativos nos ecossistemas aquáticos. “A diminuição das populações de peixes desestabiliza o equilíbrio ecológico, pois os peixes desempenham papéis importantes na cadeia alimentar e na manutenção da biodiversidade”.

“Diante do exposto, com relação a proposição inicial do Projeto de Lei ALMT nº 1363/2023 (29366492) e seu Substitutivo Integral nº 1 (29366560) , manifestamo-nos de forma CONTRÁRIA aos pleitos, e diagnosticamos o Projeto e seu Substitutivo como de ALTO IMPACTO”, finaliza a nota.

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Comentários (1) 1j10k

  • Avenir f. M. Araujo

    E do ir nos restaurantes bares mercados em epoca de piracema que vc encontra peixes dos rios pegos em sua maioria com rede agora vem vcs chorar para enfiar dingeiro nestes pescadores que de orofissionais nao tem nada

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