Mau uso do solo seca Rio Taquari no Pantanal e mata gado de sede 1v1o2i
O Rio Taquari, na região do Pantanal de Mato Grosso do Sul, não é o mesmo de 50 anos atrás. Os boiadeiros contam que na década de 80 levava um dia inteiro para atravessar o gado de uma lado para o outro do rio e utilizavam até um instrumento chamado caidor. Hoje, com a seca do leito, demora apenas 5 minutos.
“Água é tudo. O gado é que nem a gente, o gado desidrata, fica fraco com sol forte. A Água é muito importante e o rio é muito importante”, afirmou o peão Clayton Mourão.

O veterinário da Embrapa Pantanal, Walfrido Tomas, explicou que a seca do Rio Taquari foi provocada pelo mau uso do solo, que causou erosões, no início da pecuária na região do Pantanal na década de 70 “Muito carregamento de sedimento para dentro do Rio Taquari, de forma que o acúmulo de sedimento vai subindo rio acima a ponto que o rio não tem mais como direcionar sua água e começa a jogar suas águas para as laterais”, afirmou o veterinário.
O pecuarista Fernando Rodrigues tem uma propriedade de 6,5 mil hectares que fica na região da Nhecolândia, uma das mais atingidas por incêndios nesse período de seca. A solução do produtor rural para a falta de água foi instalar poços artesianos com bomba de água com energia solar.
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“A seca foi severa há pelo menos 3 anos aqui na minha região. Eu perdi cerca de 100 cabeças cabeças por ano. Hoje a propriedade está sempre com água artificial por causa da energia solar. Isso para mim é inédito pelo menos para minha vida curta no Pantanal”, explicou o pecuarista.
Segundo dados do Climatempo, a média de chuva nos últimos 30 anos na região da Nhecolândia para essa época do ano é de 25 milímetros. Até o dia 1º de julho, foi registrado apenas 28% da média, ou seja, 7 mm.