"Imagem chocante", diz pesquisadora sobre jacarés na secura do Pantanal de MS 595a26

“A imagem é chocante”. Essa declaração é da pesquisadora da Embrapa Pantanal, Zilca Campos, sobre o vídeo que mostra centenas de jacarés em uma grande poça d’água na região de Porto Esperança, no município de Corumbá, a 413 km de Campo Grande.

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“Mas isso está ocorrendo direto em locais onde ainda permanece com pouco de água. A seca extrema tem sido a causa de muitas mortes para vários animais, principalmente os que dependem de água”, explica Zilca.

Seca extrema 5tk3j

Ainda segundo a profissional, a seca extrema na região do bioma acontece desde 2019, devido a diminuição das chuvas.

“Segundo especialista em clima: desmatamento da Amazônia e efeito das mudanças climáticas globais”, salienta a pesquisadora.

De acordo com ela, os jacarés são animais adaptados a sobreviverem em ambientes sazonais, cheia e seca, como o Pantanal. Porém, eles não resistem a seca contínua e podem morrer.

Veja vídeo dos animais flagrados no Porto da Esperança, em Corumbá:

“A postura de concentração de todos na poça, o comportamento de agrupar na mesma poça, é natural da espécie em períodos de seca”, diz Zilca.

Essa atitude dos jacarés, de acordo com a pesquisadora, acontecia em outubro, e a chuva logo chegava em novembro e dezembro. “O problema que isso está o ano todo e as chuvas tem sido pouca”, enfatiza.

Jacarés com cabeça levantada 3u3p2u

Nas imagens, é possível ver alguns dos bichos de cabeça levantada. Isso também tem uma explicação.

“É uma postura de manter atenção e evitar canibalismo. Os mais fortes vão começar a matar e comer os mais fracos e desnutridos. Além de pouca água, eles sofrem com falta de alimento. Nesse caso, aumentam os eventos de canibalismo”, revela.

Para a pesquisadora, é preciso que o clima mude. E o instituto já tem uma orientação para mudar a situação de secura.

“Precisa chover rápido. O que recomendamos: abrir poços semiartesianos e levar água para esses açudes. Algumas fazendas estão fazendo. Precisamos ofertar água para ajudar eles [jacarés] evitando morte por desidratação”, finaliza a pesquisadora, reforçando a não remoção dos animais e, sim, oferta de água para todos eles.